A Noruega divide o espaço económico europeu em países em risco (com mais de 20 contágios por 100.000 habitantes nas últimas duas semanas) e sem risco (os restantes).
No caso dos primeiros, em que se inclui Portugal, França, Espanha, Suíça, Roménia e algumas regiões da Suécia, é definida uma quarentena domiciliar obrigatória de 10 dias no regresso de viagens a esses países.
"É preciso pensar bem. Mesmo que se planeie viajar a um país verde [sem risco], rapidamente se pode tornar vermelho, antes da viagem ou enquanto estiver lá. A maioria dos países verdes tem mais infeções do que nós", disse hoje em conferência de imprensa o ministro da Saúde norueguês, Bent Hoie.
A Noruega, que registou 9.503 contágios e 256 mortes por covid-19, mantém uma baixa taxa de infeções e mortes por cada 100.000 habitantes (5,4 e 4,82, respetivamente), mas o número de contágios tem subido nas últimas semanas, principalmente devido a um surto detetado a bordo de um navio de cruzeiro e que se espalhou por várias zonas do país.
"O surto mostra como somos frágeis e com que facilidade esse vírus perigoso se espalha na nossa sociedade. Ele continua a ser contagioso na Noruega, mas o aumento que estamos a ver é preocupante", prosseguiu.
Além disso, Hoie anunciou uma série de novas medidas restritivas, como a proibição de servir álcool depois da meia-noite, a partir de sábado.
Também instou os noruegueses a trabalharem a partir de casa e, caso se tenham de deslocar, evitarem ao máximo utilizar os transportes públicos.
Viajantes de países de risco devem usar máscara no trajeto desde o aeroporto até à casa onde vão cumprir a quarentena, informou o Governo, que ainda não decidiu se vai recomendar que os noruegueses usem máscara nos horários de pico dos transportes públicos, como já fez a Dinamarca.
Os países nórdicos têm sido relutantes em tornar obrigatório o uso de máscaras e apenas a Islândia o fez, desde a semana passada, nos casos em que não seja possível manter a distância social de dois metros.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 715 mil mortos e infetou mais de 19,1 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.