O comentário de Erdogan acontece dias depois de a Turquia ter enviado o seu navio "Oruc Reis" para mais uma missão de exploração de hidrocarbonetos em águas disputadas com Chipre e Grécia, no Mediterrâneo oriental, aumentando o clima de tensão nesta região e os receios de um conflito armado.
"O nosso 'Oruc Reis' voltou a cumprir o seu dever no Mediterrâneo", disse Erdogan numa mensagem aos deputados do partido do seu Governo, acusando a Grécia e Chipre de faltarem aos compromissos perante as instituições internacionais e ameaçando estes dois países de "uma resposta que merecem".
O Presidente turco não explicou que tipo de reação vai desenvolver, mas voltou a acusar as autoridades gregas de "provocações" no Mediterrâneo oriental.
Na terça-feira, o Governo grego disse que não iniciará negociações com a Turquia, enquanto o navio "Oruc Reis" não sair das águas disputadas.
"É impossível conversar sobre uma região marítima, quando nessa região há movimentações", disse o porta-voz do Governo de Atenas, Stelio Petsas, numa entrevista televisiva.
Heiko Maas, ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, que tem servido de mediador no conflito, criticou a Turquia, na terça-feira, por "tomar medidas unilaterais" no Mediterrâneo oriental, explicando que essa atitude está a minar os esforços para um entendimento.
No discurso aos deputados, hoje, Erdogan rejeitou as críticas da comunidade internacional sobre a iniciativa do seu Governo de pressão junto à zona de Varosha, na parte da ilha sob controlo turco.
"A região cercada de Varosha pertence aos turcos do norte de Chipre. E assim deve ser", disse Erdogan, referindo-se à região que a Turquia invadiu, dividindo a ilha, em 1974.
Erdogan disse ainda que, no sábado, anunciará o resultado das missões de exploração de energia na costa do mar Negro.
Em agosto, a Turquia anunciou a descoberta de 320 mil milhões de metros cúbicos de gás que, segundo o Governo de Ancara, ajudarão a diminuir a dependência energética do país.