Cerca de 10.000 pessoas, convocadas em redes sociais, reuniram-se nas ruas perto da sede do governo, rodeadas por uma forte presença policial, para marcharem na Avenida Alameda, a principal artéria da capital chilena.
A polícia utilizou canhões de gás e água para dispersar grupos de homens encapuçados que lhes atiraram pedras e atearam fogo às paragens de autocarros.
"Todo o Chile continuará a tomar as ruas até o Presidente se demitir, até ele se demitir, o Chile continuará a mobilizar-se, não só em Santiago mas em todo o país", disse à agência France-Press (AFP), um manifestante.
A manifestação surge após vários dias de confrontos entre manifestantes e a polícia, bem como a marcha das mulheres na quarta-feira, o Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, que terminou em tumultos.
Mas o comício de sexta-feira foi o maior da semana.
Sem líderes ou grupos organizados por detrás dos apelos à manifestação, a mobilização e violência recomeçaram nas ruas da capital, mas sem a afluência dos protestos do ano passado. Também se realizaram manifestações nas cidades de Concepción (sul), Antofagasta (norte) e Valparaiso (centro).
Uma onda de manifestações sem precedentes estalou em outubro de 2019 e foi interrompida pela pandemia do coronavírus, que atingiu duramente o país.
Após o referendo de 25 de outubro de 2020, no qual uma esmagadora maioria do eleitorado votou a favor de uma nova constituição que liquidaria o legado da ditadura da era Pinochetti (1973-1990), o movimento de protesto enfraqueceu.
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