"Mike Pence não teve coragem para fazer o que deveria ser feito para proteger o nosso país e a nossa Constituição, de dar aos estados a oportunidade de certificar um conjunto corrigido de factos, e não os fraudulentos ou imprecisos que lhes tinham sido pedidos antes para certificarem", escreveu Trump na rede social Twitter.
No 'tweet', sinalizado pelo Twitter, que indica que "esta alegação de fraude eleitoral é contestada", o chefe de Estado norte-americano aponta que "os EUA exigem a verdade".
Em causa está uma recente declaração de Pence, divulgada minutos antes de este começar a presidir a sessão conjunta do Congresso para a contagem dos votos presidenciais de 03 de novembro.
Na declaração, o vice-Presidente norte-americano refere que o seu juramento de "apoiar e defender a Constituição" o impede de "reivindicar autoridade unilateral para determinar quais os votos eleitorais que devem ser contados e quais os que não devem".
Mike Pence didn’t have the courage to do what should have been done to protect our Country and our Constitution, giving States a chance to certify a corrected set of facts, not the fraudulent or inaccurate ones which they were asked to previously certify. USA demands the truth!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) January 6, 2021
Nos últimos dias, Trump tem pressionado Pence e hoje, a duas semanas da tomada de posse do democrata Joe Biden, a 20 deste mês, o Presidente cessante dos Estados Unidos voltou a fazê-lo, indicando ter falado com o vice-Presidente antes da sessão conjunta no Congresso para que "faça a coisa certa".
Trump pressionou Pence para que não permita que o Congresso ratifique os resultados eleitorais, tirando partido da sua função, por inerência do cargo, de presidente do Senado.
A sessão de ratificação dos votos das eleições presidenciais dos EUA, no Congresso em Washington, teve de ser interrompida devido aos distúrbios provocados por manifestantes pró-Trump no Capitólio.
Enquanto os representantes e senadores discutiam a objeção levantada por um grupo de republicanos à contagem dos votos no Arizona, no início da sessão de ratificação dos resultados eleitorais, apoiantes do Presidente cessante, Donald Trump, entraram no Capitólio, obrigando à suspensão da sessão.
Milhares de manifestantes tinham reunido hoje em Washington, protestando e contestando a vitória do democrata Joe Biden.
Num comício em frente à Casa Branca, Trump pediu aos manifestantes para se dirigirem para o Capitólio e fazer ouvir a sua voz, em protesto do que considera ser uma "fraude eleitoral", tendo mesmo dito que "nunca" aceitaria a sua derrota nas eleições de 03 de novembro, um apelo a que os apoiantes do ainda chefe de Estado obedeceram.
Minutos depois, agentes de segurança começaram a evacuar escritórios do Capitólio, por razões de segurança e, de seguida, aconselharam a suspensão dos trabalhos na Câmara de Representantes e no Senado.
Os trabalhos de discussão da contagem de votos eleitorais ficaram assim, para já suspensos, enquanto canais televisivos transmitem imagens de distúrbios nas escadas do Capitólio.
Vários legisladores, incluindo republicanos, usam as suas contas na rede social Twitter para criticar a ação dos manifestantes, dizendo que não se vão deixar intimidar pela sua presença ou pelos seus apelos para que a contagem de votos do Colégio Eleitoral seja rejeitada.