Na habitual videoconferência de imprensa transmitida da sede da OMS, em Genebra, o diretor-geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que quer "ver a vacinação a começar em todos os países nos próximos 100 dias para que os profissionais de saúde e as pessoas em risco estejam protegidos em primeiro lugar".
A este propósito, lembrou que a rede mundial Covax, cogerida pela OMS, pretende "garantir a quem precisa" as vacinas para a covid-19.
De acordo com a OMS, 46 países, a maioria (38) desenvolvidos, iniciaram as suas campanhas de vacinação contra a covid-19. A meta estabelecida pela OMS para 2021 é vacinar 20% da população mundial, incluindo os habitantes dos países mais pobres.
Portugal começou a sua campanha de vacinação em 27 de dezembro com a inoculação de profissionais de saúde de hospitais.
O diretor-executivo do Programa de Emergências de Saúde da OMS, Michael Ryan, assinalou que a vacina, sendo "um grande avanço, não é a solução para todos os problemas".
"Temos de ser realistas", afirmou, sublinhado que é preciso "continuar com as medidas básicas", como o distanciamento físico, que, assinalou, diminuiu.
Segundo Michael Ryan, "as pessoas estão a aumentar os seus contactos", o que tem levado à "aceleração rápida" de novas infeções em todas as regiões do mundo.
"O vírus está a explorar a nossa fadiga", vincou, avisando, numa referência às novas variantes, mais contagiosas, que o coronavírus da covid-19 "está mais adaptado", pelo que é necessário "lutar de forma mais eficaz".
"Não estamos a conseguir romper as cadeias de transmissão comunitária", referiu, por sua vez, o diretor-geral da OMS, alertando para a "imensa pressão" sobre os hospitais e serviços de saúde.
A pandemia da covid-19 provocou pelo menos 1.994.833 mortos resultantes de mais de 93 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência noticiosa francesa AFP.
Em Portugal, morreram 8.543 pessoas dos 528.469 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A covid-19 é uma doença respiratória causada por um novo coronavírus (tipo de vírus) detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.