O líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer, defendeu antes da votação a necessidade de alguém com o perfil de Garland - "íntegro, independente, respeitante do Estado de Direito e credível" - para restaurar a normalidade às funções de procurador, atribuladas no anterior mandato presidencial.
"Depois de Donald Trump ter passado quatro anos - quatro longos anos - a subverter os poderes do Departamento de Justiça para seu próprio benefício político, tratando o procurador-geral como seu próprio advogado de defesa pessoal, o país pode respirar de alívio por ter alguém como Merrick Garland", disse Schumer.
Garland foi aprovado com 70 votos a favor, incluindo 20 de senadores republicanos, e 30 contra.
Também o líder republicano no Senado, Mitch McConnell elogiou "a longa reputação" de Garland e as suas competências jurídicas, considerando que a sua "perspetiva à esquerda do centro" político se situa em parâmetros aceitáveis.
"Esperemos que o nosso procurador-geral aplique essa abordagem séria aos sérios desafios que o Departamento de Justiça e a nossa nação enfrentam", disse McConnell.
Juiz de recurso num tribunal federal, Garland chegou a ser considerado para uma vaga no Supremo Tribunal em 2016, mas foi travado por republicanos, entre eles McConnell.
Durante o anterior mandato de Donald Trump, o Departamento de Justiça foi chefiado por Jeff Sessions, afastado devido a uma investigação às ligações à Rússia da campanha do ex-presidente, e por William Barr, que se demitiu depois de refutar as alegações de que a vitória de Joe Biden nas eleições de 2020 se deveu a fraude eleitoral.