Nova reunião sobre acordo nuclear iraniano na próxima semana
A comissão mista do acordo nuclear com o Irão informou hoje que, depois das reuniões "construtivas" desta semana, em Viena, volta a reunir-se na próxima semana em "esforços diplomáticos" para salvar o acordo.
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Mundo Europa
"A comissão mista foi informada sobre o trabalho dos dois grupos de especialistas relativamente ao levantamento das sanções [dos Estados Unidos ao Irão] e às medidas de implementação [do acordo] nuclear, e os participantes registaram os intercâmbios construtivos e orientados para resultados", lê-se numa nota da comissão mista publicada pelo Serviço Europeu de Ação Externa (SEAE).
As negociações, que tiveram início esta semana em Viena, têm como objetivo o regresso dos Estados Unidos ao acordo nuclear e a aplicação rigorosa de Teerão do texto, tendo a comissão mista encarregado dois grupos de especialistas - um sobre as sanções e outro sobre o programa nuclear - a trabalharem para definir um roteiro.
No comunicado, a comissão mista reitera que os participantes "enfatizaram a sua determinação em prosseguir o esforço diplomático atual", tendo concordado em "reunir-se novamente em Viena no decurso da próxima semana" e encarregado os "grupos de especialistas a continuarem o seu trabalho".
"Os participantes fizeram um balanço dos debates realizados a vários níveis desde a última comissão mista, com vista a um possível regresso dos Estados Unidos ao JCPOA [o Plano de Ação conjunto Global concluído em Viena em 2015], e discutiram modalidades para assegurar o regresso à sua plena e efetiva implementação", frisa o comunicado.
Numa reunião que contou com a participação de representantes da União Europeia (UE), China, França, Rússia, Alemanha, Reino Unido e Irão, o coordenador do JCPOA e diretor político do SEAE, Enrique Mora, diz que irá "continuar os contactos com todos os participantes" do acordo e "com os Estados Unidos".
O acordo, concluído na capital austríaca em 2015, sofreu um duro golpe quando os Estados Unidos o abandonaram unilateralmente sob a Presidência de Donald Trump em 2018.
Em resposta à retirada, acompanhada de uma avalanche de sanções dos Estados Unidos contra a República Islâmica, Teerão tem vindo gradualmente a deixar de cumprir as suas obrigações no âmbito do pacto.
O objetivo é conseguir que os Estados Unidos regressem ao acordo e que o Irão volte à aplicação rigorosa do seu texto.
Como Teerão recusa qualquer encontro direto com Washington, as negociações decorrem por um lado entre os Estados ainda parte do pacto (Irão e os 4+1, os restantes quatro países membros do Conselho de Segurança - Reino Unido, França, China e Rússia - mais a Alemanha, assim como a União Europeia garante do acordo) e por outro entre europeus e norte-americanos.
O processo pode durar "15 dias, um mês, não se sabe", disse um diplomata europeu questionado pela agência France-Presse.
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