Os confrontos aconteceram nas comunas rurais de Soye e Femaye, entre Mopti e Djenne, duas das principais cidades da região, e deixaram "cerca de 20 pessoas mortas" de cada lado, segundo um comunicado do gabinete do governador de Mopti, citado pela agência France-Presse (AFP).
"Tudo começou a partir de um antagonismo entre dois irmãos, dos quais um é caçadora e o outro próximo de alegados grupos 'jihadistas'", afirmou o governador.
Segundo uma fonte de segurança contactada pela AFP, os confrontos eclodiram após caçadores tradicionais terem decidido "retomar" e devolver ao povo uma parte do arroz recolhido como imposto por 'jihadistas'.
"Foi na segunda-feira, 12 de abril, que os confrontos começaram. Os terroristas incendiaram duas aldeias, antes de atacarem [a aldeia de] Maribougou", afirmou o porta-voz dos caçadores tradicionais de Mégou, em Djenne, Sidiki Diarra.
"Perdemos muitos caçadores [e] os sobreviventes mudaram-se para as aldeias vizinhas", acrescentou.
Segundo o governador foram destacados reforços do Exército do Mali.
O centro do Mali tem sido palco de violência desde a emergência, em 2015, de um grupo 'jihadista' liderado pelo pregador fula Amadou Koufa, filiado no grupo Al-Qaida no Magrebe Islâmico.
Os confrontos entre 'jihadistas' e milícias de autodefesa criadas por membros das etnias bambara e dogon multiplicaram-se, com estes últimos a serem frequentemente acusados de abusos contra civis.