China "preparada" para receber representante da ONU em Xinjiang

A região chinesa de Xinjiang fez "todos os preparativos" para a visita da Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, que vai verificar os alegados abusos a membros de minorias étnicas de origem muçulmana.

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Lusa
30/04/2021 14:13 ‧ 30/04/2021 por Lusa

Mundo

China

 

Em conferência de imprensa, o porta-voz do Governo de Xinjiang, Xu Guixiang, assegurou que enviou o convite a Bachelet "muitas vezes" e que aguarda com expectativa a sua visita à região.

"Fizemos todos os preparativos e estamos no processo de coordenação e discussão. Esperamos que ela venha a Xinjiang", disse.

Organizações de defesa dos Direitos Humanos acusam a China de ter internado até um milhão de muçulmanos uigures e cazaques em campos em Xinjiang, além de esterilizar mulheres à força e impor trabalho forçado.

No mês passado, o Reino Unido e os Estados Unidos juntaram-se a uma ação conjunta com a União Europeia e o Canadá na imposição de sanções a responsáveis chineses por "graves violações dos direitos humanos" e "tratamento degradante" das minorias muçulmanas na região.

A China respondeu com a imposição de sanções sobre dez cidadãos da UE, incluindo cinco eurodeputados e quatro entidades.

Em fevereiro passado, Bachelet considerou que a China estava a restringir as liberdades civis e políticas básicas em nome da segurança nacional e da luta contra a covid-19.

O representante chinês no Conselho dos Direitos Humanos da ONU observou que o seu país agradece a visita da Alta Comissária a Xinjiang, mas acrescentou que não deve prejulgar e "apontar culpas antes de verificar".

Sobre as visitas de jornalistas a Xinjiang, o porta-voz do Executivo regional destacou que "não há necessidade de a polícia seguir os jornalistas porque não são terroristas, nem estão armados".

"Talvez haja algumas suspeitas ou dúvidas", acrescentou Xu, referindo-se ao que as autoridades consideram informações "manipuladas e tendenciosas" de alguns meios de comunicação ocidentais que, na sua opinião, "fazem parte de uma campanha orquestrada para impedir o desenvolvimento da região".

Alguns meios de comunicação ocidentais têm protestado contra o monitoramento a que são submetidos quando viajam por conta própria para a região e a dificuldade de coletar depoimentos ou aceder a fontes necessárias para o trabalho jornalístico.

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