Em comunicado conjunto, os quatro países expressaram a sua "deceção" face à decisão do presidente palestiniano, Mahmoud Abbas, de adiar as eleições legislativas que estavam agendadas para 22 de maio.
"Apelamos à Autoridade Palestiniana que estabeleça um novo calendário eleitoral o mais rapidamente possível", sublinha o comunicado conjunto difundido pelo ministério dos Negócios Estrangeiros de Espanha.
Os quatro países da União Europeia pediram a Israel que facilite a realização das eleições "em todo o território palestiniano, incluindo Jerusalém Leste, com base nos acordos existentes".
Abbas anunciou na quinta-feira o adiamento pelo facto de Israel não permitir a votação em Jerusalém Leste, sob ocupação israelita.
"Em conjunto com os nossos parceiros europeus, continuamos dispostos para apoiar eleições livres, justas e inclusivas", sublinharam os quatro países, que também exortaram todos os envolvidos "a tomar medidas construtivas a este respeito".
"Acreditamos firmemente que instituições democráticas fortes, legítimas, representativas e responsáveis continuam a ser fundamentais para a autodeterminação e a construção do Estado palestiniano, assim como para o futuro da solução de dois Estados", acrescentaram.
Previamente, Josep Borrell, alto representante para a política externa e de segurança da União Europeia, tinha qualificado de "profundamente dececionante" o adiamento das legislativas palestinianas.
O enviado da ONU ao Médio Oriente, Tor Wennesland, também exortou em comunicado hoje divulgado ao "estabelecimento de uma nova data para as eleições" legislativas palestinianas após o adiamento do escrutínio.
Wennesland considerou que seria "um passo importante" para "assegurar ao povo palestiniano que as suas vozes são escutadas", e insistiu no "prosseguimento da via democrática" apesar da "deceção" de quem pretendia votar "após quase 16 anos sem eleições".
Analistas citados pela agência noticiosa Efe consideram que Abbas utilizou o pretexto da proibição israelita para o exercício do voto em Jerusalém Leste como desculpa para evitar um escrutínio que o seu partido, Fatah, provavelmente se arriscaria a perder.
A Fatah apresentava-se a estas legislativas cindida em três listas separadas, e a que integra os fiéis de Abbas teria poucas hipóteses de vitória face a forças rivais, em particular o Hamas.
A organização islamita, que na prática governa a Faixa de Gaza, condenou o atraso referindo-se a um "golpe de Estado" e a uma violação do acordo alcançado entre as diversas fações para que fosse respeitado o calendário inicialmente previsto.