Os quatro antigos agentes da polícia, que foram despedidos, são acusados de violar os direitos constitucionais de George Floyd enquanto estava imobilizado de cara para baixo na calçada e com falta de ar.
George Floyd, um afro-americano de 46 anos, morreu a 25 de maio de 2020, em Minneapolis (Minnesota), depois de um polícia branco lhe ter pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de nove minutos numa operação de detenção, apesar de Floyd dizer que não conseguia respirar.
Logo após a divulgação das imagens nas redes sociais, têm-se sucedido os protestos contra a violência policial e o racismo em dezenas de cidades norte-americanas, algumas das quais foram palco de atos de pilhagem.
Os quatro polícias envolvidos foram, entretanto, despedidos e o agente Derek Chauvin, que colocou o joelho no pescoço de Floyd, foi acusado inicialmente de homicídio em segundo grau.
A acusação para os três crimes cita Derek Chauvin, Thomas Lane, J. Kueng e Tou Thao.
Especificamente, Chauvin, Thao e Kueng são acusados de violar o direito à liberdade, de detenção irracional e uso de força excessiva.
Os quatro ex-policiais são acusados também por não terem prestado cuidados médicos a Floyd.
Chauvin também foi acusado num segundo crime, decorrente da prisão e obstrução do pescoço a um jovem de 14 anos em 2017.
Thomas Lane, Tou Thao e J. Kueng compareceram por videoconferência no Tribunal Distrital dos Estados Unidos em Minneapolis, enquanto Chauvin não compareceu.
Chauvin, aliás, foi condenado em abril por acusações estaduais de assassínio e homicídio na morte de Floyd e está na única prisão de segurança máxima do Minnesota enquanto aguarda a sentença.
Os restantes três antigos polícias vão apresentar-se num julgamento estadual em agosto e estão em liberdade sob fiança, tendo sido autorizados a permanecer nesse regime após terem comparecido hoje no tribunal federal.
A acusação defende que J. Kueng e Thomas Lane também ajudaram a imobilizar Floyd.
Os promotores estaduais sustentam que J. Kueng se ajoelhou nas costas de Floyd e Thomas Lane segurou as pernas.
Em relação a Tou Thao, a acusação refere que o ex-polícia impediu as pessoas que estavam a protestar na altura da detenção de intervir durante a detenção de nove minutos e meio.
Eric Nelson, advogado de Chauvin, argumentou durante o julgamento por homicídio que o seu cliente agiu "de maneira razoável na situação" e que Floyd morreu devido a problemas de saúde subjacentes ao uso de drogas.
Nelson já apresentou um pedido para a realização de um novo julgamento, citando muitas questões, incluindo a recusa do juiz em adiar o julgamento devido à publicidade então existente em torno do caso.
A prisão e morte de Floyd, que uma testemunha capturou em vídeo através de um telemóvel, gerou protestos em todo o país e pedidos generalizados para o fim da brutalidade policial e das desigualdades raciais.
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