O Pentágono receou que se enviasse tropas para o Capitólio no dia do ataque perpetrado por apoiantes de Donald Trump isso poderia contribuir para a perceção de um “golpe militar” sob ordens do antigo presidente.
É isso mesmo que pretende dizer Christopher C. Miller, o secretário da Defesa interino à data da invasão, no dia 6 de janeiro, ao testemunhar esta quarta-feira perante uma comissão da Câmara dos Representantes.
“As minhas preocupações relativamente ao uso apropriado e limitado de militares em questões domésticas foram intensificadas por comentários nos media sobre a possibilidade de um golpe militar ou de que os conselheiros do presidente estavam a defender uma declaração de lei marcial”, explicou Miller.
O receio de transmitir a ideia de um golpe não foi um dos argumentos apresentados pelo Pentágono nos dias que se seguiram ao ataque em Capitol Hill. Na altura, o Departamento da Defesa referiu que se conteve porque não lhe tinha sido pedido para enviar tropas para o Capitólio.
Miller também vai culpar Trump por ter incitado os atos de violência registados no exterior e no interior do Capitólio. “Pessoalmente, acredito que os seus comentários encorajaram os protestantes naquele dia”, antecipa o testemunho escrito de Christopher C. Miller que foi anteriormente enviado para a comissão.
Ainda assim, o antigo chefe do Pentágono vai testemunhar que Trump não bloqueou o destacamento da Guarda Nacional. De acordo com Christopher C. Miller, um dia antes da insurreição o presidente requisitou a presença de 10 mil elementos da Guarda Nacional em Washington.
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