Reconhecendo o impacto da pandemia no país, Johnson disse que "o Estado tem a obrigação de examinar as suas ações da forma mais rigorosa e honesta possível e de aprender todas as lições para o futuro".
Os responsáveis pelo inquérito, que não foram ainda nomeados, terão plenos poderes para consultar documentos oficiais e pedir testemunhos orais sob juramento, colocando "as ações do Estado sob o microscópio".
O primeiro-ministro disse que ainda existe o risco de novas variantes do coronavírus mais transmissíveis e resistentes às vacinas causarem uma nova vaga de casos com o "potencial de causar um sofrimento ainda maior do que sofremos em janeiro".
"Há uma grande probabilidade de um pico neste inverno, quando o clima ajuda na transmissão de todas as doenças respiratórias. Portanto, espero que o momento certo para o início do inquérito seja no final deste período, na primavera do próximo ano, primavera de 2022", defendeu.
O líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, urgiu um início "o mais cedo possível", eventualmente ainda este ano.
Um grupo de familiares de vítimas da doença tem feito pressão desde o verão passado para ser aberto um inquérito independente urgente sobre a pandemia, cujas lições poderão ser "fundamentais para salvar vidas agora e no futuro".
Um inquérito público ordenado pelo Governo é normalmente conduzido por um juiz e inclui testemunhas representadas por advogados, podendo os trabalhos prolongar-se durante meses ou até anos.
O inquérito de John Chilcott sobre a decisão de o Reino Unido participar na guerra no Iraque, por exemplo, começou em 2009, mas o relatório só foi publicado em 2016.
O Reino Unido é o país europeu com o maior número de mortes de covid-19 desde o início da pandemia, 127.629 óbitos registados até terça-feira, mas o balanço sobe para 151.765 óbitos se forem somados os casos cujas certidões de óbito fazem referência ao novo coronavírus como fator contributivo.
A pandemia de covid-19 já provocou, pelo menos, 3.319.512 mortos no mundo, resultantes de mais de 159,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.994 pessoas dos 840.008 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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