Enviada da ONU pede à Tailândia para cooperar numa solução pacífica

A enviada especial da ONU para a Birmânia, que aguarda há um mês na Tailândia autorização da junta birmanesa para entrar no país, pediu hoje ao Governo tailandês que contribua para uma solução pacífica da crise birmanesa.

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Lusa
14/05/2021 14:46 ‧ 14/05/2021 por Lusa

Mundo

Myanmar

 

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"Após falar com os ministros dos Negócios Estrangeiros da ASEAN [Associação de Países do Sudeste Asiático] e com o comandante em chefe [da junta militar birmanesa] Min Aung Hlaing em Jacarta, mantive conversações muito construtivas em Banguecoque com o primeiro-ministro Prayut Chan-ocha (...) para uma solução pacífica em Myanmar no interesse da população", afirmou Christine Schraner Burgener na rede social Twitter.

Segundo um comunicado do Governo tailandês, a enviada das Nações Unidas manifestou a esperança de que a Tailândia contribua para a estabilização de Myanmar e garanta a cooperação das Forças Armadas birmanesas para garantir uma solução política.

Por sua vez, a Tailândia manifestou o seu apoio aos cinco pontos de consenso acordados pela ASEAN destinados a alcançar a paz na Birmânia, que incluíam o fim da violência da junta contra civis e o envio de um mediador indicado pela ASEAN.

Na cimeira da ASEAN dedicada a Myanmar que decorreu em Jacarta em 24 de abril, Schraner Burgener reuniu-se com o líder da junta militar birmanesa, general Min Aung Hlaing, confirmou hoje a enviada da ONU.

Durante a conversa, o general Hlaing defendeu o golpe de Estado que lhe garantiu o poder em 01 de fevereiro e alegou uma suposta fraude eleitoral nas legislativas de novembro passado, nas quais a Liga nacional para a democracia de Aung San Suu Kyi venceu por larga margem, revelaram fontes diplomáticas ao diário nipónico Nikkei.

Até ao momento, a diplomata não recebeu autorização para entrar em território birmanês desde o golpe militar.

Segundo a ONU, a enviada continua disposta a retomar o diálogo com a junta militar na perspetiva de um "regresso à democracia em Mynamar" e para garantir a "paz e estabilidade" no país asiático.

Segundo a organização local Associação para a assistência de presos políticos (AAPP), pelo menos 788 pessoas foram mortas desde a sublevação militar devido à brutal repressão das forças de segurança contra as manifestações de protesto.

Leia Também: Myanmar: Libertado jornalista japonês detido pela junta militar

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