Avião desviado pela Bielorrússia já descolou para a Lituânia

Já partiu de Minsk para a Lituânia.

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Lusa
23/05/2021 19:27 ‧ 23/05/2021 por Lusa

Mundo

Comissária Europeia

O avião da Ryanair desviado pela Bielorrússia esta tarde já descolou de Minsk para a Lituânia, disse hoje a comissária europeia dos transportes Adina Valean na rede social Twitter.

"O voo da Ryanair descolou agora mesmo de Minsk com destino a Vilnius", afirmou a comissária numa publicação cerca das 18:15, não mencionando, no entanto, o destino do ativista da oposição Roman Protassevich, que foi preso após o desvio forçado do avião em Minsk.

Vários países europeus já exigiram uma explicação à Bielorrússia, depois de um caça bielorrusso ter intercetado um avião no qual seguia o jornalista e ativista da oposição Roman Protasevich, que acabou detido no aeroporto de Minsk.

Roman Protasevich, cujo canal Nexta na rede social Telegram se tornou a principal fonte de informação nas primeiras semanas de protestos antigovernamentais após as eleições presidenciais de agosto de 2020, viajava de Atenas para Vilnius e acabou detido pelas autoridades bielorrussas, quando os cerca de 120 passageiros do avião da Ryanair foram forçados a submeter-se a novo controlo em Minsk devido a um suposto aviso de bomba.

A reação da União Europeia surgiu por via do chefe da diplomacia, Josep Borrell, que considerou o governo bielorrusso "responsável pela segurança de todos os passageiros", exigindo que estes possam ser "autorizados a continuar a sua viagem imediatamente".

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, reiteraram o mesmo apelo.

Através do Telegram, o canal Nexta defendeu que foram os agentes dos serviços secretos bielorrussos que alertaram para a existência de um alegado engenho explosivo no interior do avião. Fontes próximas da presidência relataram que foi o presidente Alexander Lukashenko quem ordenou pessoalmente a interceção do avião, que foi escoltado por um caça MiG-19, a fim de supostamente defender a Europa de uma ameaça à sua segurança.

Em novembro de 2020, o Comité de Investigação acusou Protasevich e Stepan Putilo, fundadores do canal Nexta, de organizarem motins e incitarem ao ódio contra funcionários e a polícia. Na sequência dessa acusação, os dois elementos foram incluídos na lista de terroristas e o poder judicial bielorrusso considerou a Nexta uma organização extremista.

Desde o início dos protestos na antiga república soviética, centenas de jornalistas foram detidos e quase 20 estão ainda presos. Já esta semana foram detidos vários funcionários e repórteres do popular website da oposição tut.by, cujo acesso foi bloqueado no âmbito de um caso de evasão fiscal.

Leia Também: Países europeus exigem explicações à Bielorrússia por desvio de avião

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