Danny Fenster, responsável editorial da Frontier Myanmar, "foi detido hoje de manhã no aeroporto internacional de Rangum", anunciou o 'media' na sua conta na rede social Twitter.
O órgão de comunicação social disse desconhecer os motivos por detrás da detenção e acrescentou não conseguir contactar o jornalista desde a manhã de hoje.
"Estamos preocupados e apelamos à sua libertação imediata", disse a Frontier.
"A nossa prioridade é garantir que ele está bem e fornecer-lhe toda a ajuda de que possa precisar", acrescentou.
Danny Fenster, de 37 anos, trabalha para a Frontier Myanmar há cerca de um ano e preparava-se para apanhar um avião para visitar a família na Malásia quando foi detido, disse um responsável da redação, Thomas Kean, à AFP.
Já na semana passada, o jornalista independente japonês Yuki Kitazumi, detido juntamente com presos políticos na sequência do golpe de Estado em Myanmar, disse que a sua prisão fora uma advertência para intimidar os 'media' estrangeiros no país.
O japonês indicou que passou a maior parte do tempo detido numa cela de isolamento, numa área para prisioneiros que recebem tratamento preferencial, incluindo altos cargos governativos ou da área da cultura, e disse não ter sido maltratado.
No entanto, segundo Kitazumi, a maioria dos presos detidos em Insein foram interrogados e submetidos a "graves torturas" em outras instalações da junta militar.
O jornalista referiu-se a mais de 4.000 presos políticos em Myanmar e a mais de 800 pessoas mortas na violenta repressão dos protestos que se seguiram ao golpe de 01 de fevereiro.
Terão também sido detidos mais de 40 jornalistas, emitidas ordens de prisão contra outros 20 e retiradas as licenças a dezenas de media.
A maioria dos jornalistas birmaneses encontra-se atualmente na clandestinidade no interior do país ou estão no estrangeiro, e continuam a informar sobre a situação na sequência do golpe de fevereiro passado.
Myanmar encontra-se numa situação de caos, com a economia paralisada, desde o golpe de 01 de fevereiro.
A repressão da oposição já fez mais de 800 mortos e dezenas de milhares de civis estão deslocados devido aos confrontos entre o exército e as milícias étnicas, numerosas no país.
O exército de Myanmar justificou o golpe de Estado com supostas fraudes eleitorais durante as legislativas de novembro de 2020 cujo resultado deu a vitória à Liga Nacional para a Democracia.
As eleições legislativas foram consideradas legais pelos observadores internacionais.
Leia Também: Aung San Suu Kyi comparece em tribunal na capital de Myanmar