"Que a próxima terça-feira seja um dia de mobilização e união em direção à mesquita de Al Aqsa, um dia de raiva e desafio à ocupação israelita", disse um porta-voz do grupo, em comunicado hoje divulgado, instando os palestinianos de Jerusalém Oriental a manifestarem-se na Esplanada das Mesquitas - o terceiro lugar mais sagrado do Islão - e nas ruas da Cidade Velha.
Vários grupos de ultranacionalistas judeus marcaram uma manifestação para terça-feira na mesma zona da cidade com o objetivo de reivindicar a soberania israelita na área e repetir "a dança das bandeiras", celebrada anualmente no Dia de Jerusalém, quando os israelitas comemoram o que consideram a reunificação da cidade em 1967, data que, para os palestinianos, marca o início da ocupação.
A comemoração deste ano aconteceu no dia 10 de maio, mas o desfile foi interrompido pelo soar de alarmes antiaéreos em Jerusalém devido ao lançamento de foguetes pelo Hamas, que considerou o evento como uma provocação.
Os organizadores convocaram outro desfile para quinta-feira passada, mas as autoridades adiaram-no para terça-feira por receio de que pudesse agravar as tensões e a instabilidade com os palestinianos da região e as milícias de Gaza, como aconteceu em maio.
A mobilização será o primeiro desafio do novo Governo israelita, liderado pelo ultranacionalista Naftali Bennet, que avisou que não hesitará em responder com força se Israel receber ataques do Hamas.
O novo ministro da Segurança Pública, Omer Bar-Lev, deve reunir-se hoje com a polícia para fazer uma avaliação final da situação antes da manifestação, cujo itinerário prevê passar em frente do Portão de Damasco, a principal entrada na Cidade Velha e uma das maiores fontes de tensão entre palestinianos e forças israelitas dos últimos meses.
Como avisou hoje o porta-voz do Hamas em Gaza, Abdelatif Al Qanoua, o desfile pode ser "o gatilho para uma nova batalha".
O primeiro-ministro da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mohamed Shtayeh, também alertou hoje Israel para "as repercussões perigosas" da manifestação, que descreveu como "uma provocação".
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