"O projeto de deliberação foi apresentado pelo vice-primeiro-ministro, ministro do Plano e Ordenamento e presidente da Comissão Interministerial para a implementação de um sistema de cabo submarino de fibra ótica, José Maria dos Reis", explica o executivo, sem avançar detalhes.
O concurso surge depois de o Governo ter anunciado em novembro a aprovação do projeto de ligação digital de Timor-Leste por cabo submarino de fibra ótica ao norte da Austrália, nomeadamente às cidades de Darwin e Port Hedland.
José Reis tinha dito à Lusa, em outubro, que essa opção era a preferida do Governo, com o projeto a representar um investimento de entre 40 e 60 milhões de dólares (entre 34 milhões e 51 milhões de euros).
No que se refere às questões técnicas, havia na altura três opções de conexão: até Suai, na costa sul, e depois por terra até Díli, por mar diretamente até Díli ou então com dois postos de conexão, um em Suai e outro em Díli, explicou, na altura.
"A opção para Suai e depois até Díli é de cerca de 875 quilómetros, mas se for diretamente a Díli é de cerca de 600", disse.
O Governo não revelou detalhes da opção escolhida.
Relativamente à modalidade de investimento, José Reis explicou que o custo estimado de "entre 40 e 60 milhões de dólares [34 a 51 milhões de euros]" pode ser financiado a 100% pelo Governo de Timor-Leste, com base na transferência de uma licença da Austrália, ou então em modelo misto, com 80% do custo de Timor-Leste e os restantes da Austrália.
Consoante as opções finais, o projeto poderá estar concluído em setembro de 2022 ou, em alternativa, em meados de 2023.
A conexão assenta numa proposta apresentada pelo Vocus Group, a quarta maior empresa de telecomunicações australiana, que esteve em Timor-Leste em março de 2019 a apresentar alternativas e cenários ao atual Governo.
Segundo a empresa australiana, os operadores em Timor-Leste gastam 12 milhões de dólares (10,1 milhões de euros) por ano na compra de acesso à rede internacional através de satélite, com esse valor a ser multiplicado depois nos custos para os clientes, que têm velocidades lentas e instáveis.
A rede Vocus inclui, entre outros, um cabo que liga a cidade australiana de Perth a Singapura e um outro que conecta aquele até Port Heldand, no noroeste da Austrália, e continua depois até Darwin, passando ao lado da fronteira no mar de Timor.
A partir daquele último, o North Western Cable System (NWCS), seria possível uma ligação por cabo submarino, de 250 quilómetros, até ao sul de Timor-Leste.
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