"Segundo as nossas primeiras previsões, as temperaturas médias no país vão ser quentes e elevadas durante a segunda metade de julho e no mês de agosto", disse Roman Vilfand, meteorologista da agência Rosguidromet, considerando "bem possível" que este período estival seja o mais quente alguma vez observado na Rússia.
Durante uma conferência de imprensa, Vilfand indicou que a temperatura média em junho tinha sido a segunda mais elevada desde que há registos, a seguir à do mês canicular de junho de 2012.
"A temperatura média na parte europeia da Rússia foi a mais elevada desde o início das observações, há 130 anos", detalhou.
"Ao mesmo tempo, nem todo o país está tocado pelo calor. Há zonas de frescura na Sibéria ocidental", relativizou.
Disse ainda que as alterações climáticas causam uma modificação da circulação atmosférica, devido a contrastes diferentes de temperaturas entre as regiões árticas e as situadas mais a sul.
"Há cada vez mais anticiclones nas regiões do Norte (da Federação Russa), o que reforça os riscos de fogos florestais", indicou.
Numerosos cientistas consideram que a Federação Russa, em particular a Sibéria e o Ártico, está entre as zonas mais expostas ao aquecimento global.
Nos últimos anos, têm sido registados recordes de calor, mas também gigantescos e nada habituais incêndios florestais.
Em junho de 2020, a Federação Russa conheceu além do círculo ártico, em Verkhoiansk, uma temperatura de 38 graus, o nível mais elevado registado desde o início das medidas, no final do século XIX.
O degelo do permafrost -- o solo congelado -- ameaça também as infraestruturas e arrisca libertar na atmosfera quantidades elevadíssimas de gases com efeito de estufa.
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