"Há dias que tenho ouvido um relato desagradável no qual os exercícios militares conjuntos entre o exército da Coreia do Sul e EUA poderiam ser realizados conforme o programado", disse Kim Yo-jong, irmã do líder norte-coreano Kim Jong-un, num comunicado publicado pela agência estatal norte-coreana KCNA.
Os exercícios militares conjuntos entre a Coreia do Sul e os EUA estão previstos para a próxima terça-feira, 03 de agosto.
Kim Yo-jong considera os exercícios "como um prelúdio indesejável que afeta seriamente a vontade dos líderes do Norte e do Sul, que desejam ver um avanço no sentido de restabelecimento da confiança mútua, e que assombra ainda mais o caminho à frente das relações Norte-Sul".
"O nosso Governo e exército acompanharão de perto se o lado sul-coreano organiza jogos de guerra hostis em agosto ou toma outra decisão audaz", lê-se no comunicado de Kim Yo-jong, vice-diretora do departamento do comité central do partido único norte-coreano.
Em 27 de julho, foi anunciado que a Coreia do Norte aceitava retomar a comunicação telemática com a Coreia do Sul, 13 meses depois de optar por interromper o uso dessas linhas em protesto contra o envio, por meio de balões, de propaganda antirregime por parte de ativistas desde o Sul.
O anúncio alimentou as esperanças de que avance o diálogo intercoreano e até mesmo de que o Presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, possam realizar uma cimeira nos próximos meses.
No entanto, a irmã Kim Yo-jong sublinhou que ainda é muito cedo para uma reunião de líderes.
"Há até uma opinião pública sobre o tema da cimeira Norte-Sul. Acho que é um julgamento apressado e prematuro", disse Kim, em comunicado.
O Ministério da Defesa Nacional sul-coreano disse que Seul e Washington estão a discutir sobre o formato e as datas dos exercícios militares anuais.
A Coreia do Norte, normalmente, protesta contra a realização dessas manobras militares, que considera um ensaio para invadir o seu território.
Por sua vez, Washington já ofereceu ao regime norte-coreano a retomada do diálogo sobre desnuclearização sem pré-condições, suspenso desde 2019, embora Pyongyang ainda não se tenha pronunciado de maneira positiva a esse respeito.
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