Afeganistão: Ofensiva de talibãs já fez 3,3 milhões de deslocados no país

A ofensiva dos talibãs no Afeganistão, que está a conquistar rapidamente os centros urbanos do país, já causou 3,3 milhões de deslocados no país, alertou hoje a Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR).

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Lusa
13/08/2021 11:13 ‧ 13/08/2021 por Lusa

Mundo

ACNUR

 

Só desde maio, foram contabilizados 250 mil deslocados, dos quais 80% são mulheres e crianças, avançou hoje a porta voz da ACNUR Shabia Mantoo em conferência de imprensa.

A este número somam-se mais 150 mil pessoas que tiveram que deixar as suas casas entre janeiro e maio, referiu.

"O número de vítimas nas hostilidades é enorme", afirmou Mantoo, que advertiu que o Afeganistão "está a caminho de sofrer o pior número anual de mortes de civis em conflito de que a ONU tem registo".

Numa altura em que os talibãs já controlam várias das capitais de província do país, incluindo a segunda maior cidade do país, Kandahar, e ameaçam Cabul, a porta-voz lembrou que a ONU "pede um cessar-fogo permanente e uma solução negociada para o bem do povo afegão".

Mantoo explicou que a maioria dos deslocados pelo conflito evitou deixar o Afeganistão e quis "ficar o mais perto possível das suas casas", embora cerca de 120 mil fugiram de áreas rurais e províncias para procurar refúgio em Cabul e arredores.

Apesar desse padrão de movimentos, o ACNUR pediu hoje aos países vizinhos que mantenham as suas fronteiras abertas a possíveis refugiados.

O movimento extremista islâmico lançou a atual ofensiva em maio, com o início da retirada final das tropas norte-americanas e estrangeiras, a qual deverá estar concluída até 31 de agosto.

Em cerca de uma semana, os talibãs assumiram o controlo de quase metade das 34 capitais provinciais.

Na sequência da ofensiva dos talibãs, vários países, como Canadá, Reino Unido, Estados Unidos ou Austrália decidiram enviar contingentes militares para garantir a evacuação das suas embaixadas em Cabul.

Os talibãs lideraram o Afeganistão entre 1996 e 2001, impondo a sua versão rigorosa da lei islâmica.

Em 2001, foram atacados por uma coligação internacional liderada pelos EUA, que tentavam capturar Osama bin Laden depois dos atentados de 11 de setembro.

Leia Também: Afeganistão: UE apela aso talibãs para cessar-fogo completo e permanente

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