"Cada dia que estamos no terreno é mais um dia em que sabemos que um grupo conhecido como ISIS K está a tentar atingir o aeroporto e atacar-nos e às forças aliadas e aos civis inocentes", disse Biden num discurso a partir da Casa Branca na tarde de terça-feira (noite em Lisboa), sem direito a perguntas dos jornalistas.
O ISIS K, segundo a AP, é um grupo afeto ao Estado Islâmico no Afeganistão, mas que está em desacordo com os talibãs e que é conhecido por usar atentados suicidas contra civis.
No discurso, Biden mostrou-se convicto de que todos os norte-americanos terão tempo para sair até terça-feira da próxima semana, mas salientou que apesar de os talibãs estarem a cooperar e de a segurança manter-se, mesmo com alguns incidentes violentos, a situação pode mudar rapidamente.
"É uma situação ténue, corremos o sério risco de se quebrar à medida que o tempo passa", disse o Presidente no discurso, feito depois de os talibãs terem afirmado que o prolongamento da permanência dos norte-americanos era a violação de uma 'linha vermelha', ou seja, um ponto inultrapassável.
Na reunião do G7 de hoje, vários líderes tentaram convencer os EUA a prolongarem a permanência no aeroporto militar de Cabul para possibilitar a saída de mais cidadãos internacionais e afegãos, mas Biden mostrou-se irredutível, de acordo com os relatos que têm sido noticiados pelas agência internacionais.
Os talibãs passaram a controlar Cabul no dia 15 de agosto, concluindo uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.
As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.
A tomada da capital põe fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e dos seus aliados na NATO, incluindo Portugal.
Leia Também: Guterres alarmado com "assédio" a funcionários da ONU no Afeganistão