As mortes e os feridos resultaram, maioritariamente, de ataques de crocodilos, elefantes, búfalos e leões.
Os animais devastaram ainda cerca de 144 hectares de culturas, segundo Ernesto Lopes, porta-voz da 14.ª sessão do Conselho Executivo Provincial de Manica, citado hoje pela Rádio Moçambique.
O responsável falava na quinta-feira à margem da sessão que, entre outros assuntos, debateu o conflito homem-animal e a situação epidemiológica da província.
Segundo o porta-voz, em resultado do conflito e para "sossegar" as comunidades, foram abatidos cinco "elefantes conflituosos" em dois distritos de Manica.
"É proibido abater os animais nessas situações, mas aconteceu numa situação extrema", esclareceu Ernesto Lopes, referindo que decorrem treinamentos na comunidade sobre técnicas de afugentamento dos animais, para evitar o seu abate.
O conflito homem-fauna bravia surge devido à disputa de espaço e recursos naturais, agravado pela necessidade de ocupação para a prática de atividades agrícolas, situação que se regista muitas vezes em comunidades que vivem próximas às áreas de conservação.
Um total de 97 moçambicanos morreram e 66 ficaram feridos em 2020 devido a ataques de animais selvagens, a maioria por crocodilos, segundo um relatório da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC) a que a Lusa teve acesso.
No mesmo ano foram devorados 258 animais domésticos, entre gado bovino, ovino e caprino, por leões, hienas e crocodilos, além de 248,81 hectares de diversas culturas destruídas.
Todos os anos, as autoridades moçambicanas relatam casos de mortes, feridos, destruição de culturas pelos animais, tendo já sido desenvolvidos mecanismos para que a população os afugente, pelo menos até à intervenção de fiscais.
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