A marcha realizada hoje foi convocada pelos movimentos de centro e direita, que em 2016 mobilizaram milhões de pessoas em todo o Brasil para pressionar a abertura de um processo político com vista ao afastamento da então presidente, Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores (PT).
Cinco anos depois, os promotores do protesto - Movimento Brasil Livre (MBL) e Vem Pra Rua - pedem agora o início de um 'impeachment' contra Bolsonaro, que nos últimos meses fomentou uma crise institucional.
A decisão está nas mãos do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, mas até agora este político não deu luz verde a nenhuma das dezenas de pedidos que foram encaminhados ao Congresso.
Apesar disso, a pressão contra o chefe de Estado brasileiro aumentou esta semana, depois de ele ter encabeçado, no passado dia 07, manifestações convocadas pela extrema-direita, em que muitos dos presentes exigiram uma "intervenção militar" e a dissolução do Congresso e do Supremo Tribunal.
O próprio Bolsonaro sugeriu mesmo a desobediência às decisões de alguns membros do Supremo Tribunal, em nome dos valores da liberdade, afirmação que foi duramente condenada por altos representantes do poder legislativo e judiciário.
Os protestos de hoje, porém, tiveram menos participação do que os convocados pela extrema-direita, devido, em parte, à divisão da oposição.
Políticos de direita e esquerda participaram na marcha, mas a manifestação não teve o apoio do Partido dos Trabalhadores do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, principal rival político de Bolsonaro e contra quem também se ouviram críticas durante o protesto.
"Quem é democrata no Brasil deve entender que o 'impeachment' é a única saída para nos proteger da grave e violenta demarcação que Bolsonaro está a planear", disse o ex-candidato presidencial Ciro Gomes, do Partido Democrático Trabalhista (centro-esquerda), que defendeu a unidade de todas as forças democráticas contra o Presidente brasileiro.
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