A polícia federal norte-americana (FBI) anunciou na quinta-feira que os restos mortais encontrados no dia anterior num parque natural pertencem a Brian Laundrie, que estava a ser procurado pelas autoridades há cerca de um mês, com relação ao caso da morte de Gabby Petito, sua noiva.
De acordo com a Associated Press, os restos mortais foram enviados para um antropólogo forense, para que se possa determinar a causa de morte, sublinhando-se que foram descobertos "restos ósseos". A identidade de Laundrie foi confirmada através da comparação de registos dentários.
Jim Clemente, agente do FBI, indicou que é possível que Laundrie tenha estado morto todo o tempo em que esteve desaparecido. "Significa que será muito mais difícil determinar de forma sólida a causa de morte", explicou, acrescentando, por exemplo, que "se ele se afogou, não haveria evidências disso nos ossos."
A questão que se coloca agora, no âmbito da investigação ao caso Gabby Petito, é se será possível apurar o papel de Laundrie no morte da jovem de 22 anos. De acordo com a AP, tudo depende de testes de ADN, mas ambos os cadáveres estiveram expostos aos elementos naturais e a animais selvagens durante semanas.
Alguns locais, por exemplo, afirmam que o local onde Laundrie foi encontrado, no Parque Natural Myakkahatchee Creekda, na Reserva Memorial T. Mabry Carlton Jr., é povoado por jacarés e porcos selvagens. "São animais selvagens e comem tudo", indicou um habitante, citado pelo New York Post.
Os restos mortais, sublinhe-se, foram encontrados numa zona que estava debaixo de água e que agora secou, devido à melhoria das condições meteorológicas.
O jovem de 23 anos, que se recusou a responder às perguntas dos investigadores antes de desaparecer, foi designado como "pessoa de interesse na investigação" à morte da namorada.
Um caso de desaparecimento envolto em mistério
Brian Laundrie e Gabby Petito, de 22 anos, partiram de Nova Iorque em julho numa carrinha reformada para fazer uma viagem que duraria quatro meses pelos parques nacionais do oeste norte-americano, de onde partilhavam regularmente fotografias e vídeos nas redes sociais Instagram e YouTube.
No entanto, Laundrie apareceu sozinho, a conduzir a carrinha e de cabeça rapada, em casa dos seus pais, em North Port, Florida, em 1 de setembro. Dez dias depois, a família de Gabby Petito deu a jovem como oficialmente desaparecida e o seu cadáver foi encontrado em 19 de setembro.
Segundo avançou na altura o médico legista, "a causa da morte foi estrangulamento e tratou-se de um homicídio", tendo a jovem sido morta "três a quatro semanas antes de o seu corpo ser encontrado", perto do Parque Nacional Grand Teton.
Na altura, a polícia explicou que Brian Laundrie era considerado uma pessoa de interesse no desaparecimento de Gabby, mas não estava a ser procurado por crime, acrescentando que a investigação tinha passado a ser um caso de "múltiplas pessoas desaparecidas".
O jovem era, no entanto, procurado também por uso fraudulento do cartão bancário da sua namorada.
A investigação centrou-se na personalidade do jovem, sobretudo depois da divulgação de um vídeo pela polícia de Moab, Utah, no qual Gabrielle Petito aparece a chorar dentro de um carro, pouco antes de a polícia ser chamada a intervir devido a uma discussão violenta entre o casal.
"Ela, às vezes, fica enervada", explicou Brian Laundrie aos polícias, referindo que os dois tinham tido uma zanga e que ela lhe tinha batido com o telefone.
Além dos restos mortais do jovem, a polícia descobriu "itens pessoais, como uma mochila e um caderno de Brian Laundrie", numa zona de pântano que estava debaixo de água até há pouco tempo, avançou o agente do FBI Michael McPherson.
Vários cientistas forenses vão investigar agora o local para tentar responder a muitas questões, como o que foi escrito no caderno ou quais as razões da morte de Brian, estando em aberto possibilidades como homicídio, mas também acidente - já que a zona onde foi encontrado o corpo é habitada por cobras e crocodilos - ou ainda suicídio, explicou o agente do FBI.
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