Charles Devos, uma das primeiras pessoas a chegar ao local onde 27 migrantes perderam a vida no Canal da Mancha, contou como foi chegar junto da embarcação após o pedido de socorro emitido pela Guarda Costeira francesa.
Devos, o gerente regional da associação de barcos salva-vidas (SNSM) em Calais, contou à Sky News: "Vi que o barco insuflável tinha realmente murchado. Foi uma válvula que se soltou ou atingiu um objeto? Nunca se sabe, mas eu não acho que foi uma colisão. Acho que aconteceu devido à sobrecarga".
O voluntário sublinhou que apesar de o mar estar calmo em determinado momento, este não está sempre assim.
"Foi como no filme Titanic quando se vê todas aquelas pessoas mergulhadas na água, a afogarem-se, sem meios para serem resgatadas."
Devos lamenta só terem conseguido recuperar os mortos, mas diz acreditar que a tragédia se deu devido à sobrecarga da embarcação.
"Não é a primeira vez que embarco neste tipo de barco. São barcos realmente leves que estão sobrecarregados. A tragédia aconteceu porque o barco estava cheio. Barcos que transportam 20 pessoas e que nós os encontramos com cerca de 50 pessoas lá dentro", descreve.
O relato de Charles Devos surge após ter sido revelada a primeira fotografia onde seguiam cerca de 50 migrantes e após ter sido divulgada a chamada de socorro feita pela guarda costeira francesa.
A fotografia mostra uma embarcação de 10 metros de comprimento, de aspeto frágil, onde chega a ser difícil imaginar 50 pessoas no seu interior.
O barco foi fotografado por um capitão de um barco salva-vidas que chegou e encontrou os corpos a flutuar na água.
Leia Também: Canal da Mancha: Revelada chamada de socorro feita pela guarda costeira