Na conclusão do evento, a ministra dos Negócios Estrangeiros sueca, Ann Linde, anfitriã da reunião, expressou sentimentos mistos perante a situação atravessada pela organização de 57 membros.
Respondendo ao aumento de tensões no terreno, a OSCE ativou medidas para monitorizar os movimentos de tropas russas na Ucrânia, recordou Linde.
Os objetivos globais da presidência sueca incluíam ainda questões como a crise climática, a luta contra o antissemitismo e os direitos das mulheres.
Contudo, lamentou que não tivesse sido adotada uma resolução conjunta sobre os direitos das mulheres, devido à rejeição por parte da Rússia, por um lado, e do Vaticano, por outro.
Linde recordou que as decisões da OSCE devem ser tomadas por unanimidade, o que atrasa a adoção de resoluções e impede o progresso em "questões controversas, mas importantes".
A próxima presidência rotativa vai ser exercida pela Polónia, cujo ministro dos Negócios Estrangeiros, Zbigniew Rau, lamentou a interferência no trabalho dos observadores da OSCE na tentativa de aceder às áreas "não controladas pelo governo" da Ucrânia à volta de Lugansk e Donetsk.
A última sessão plenária, na qual intervieram os representantes dos países mediterrânicos, do norte de África e outros não integrados formalmente na OSCE, foi marcada por tensões entre Argélia e Marrocos, reflexo da deterioração das relações entre os dois países.
O embaixador argelino, Faouzi Mebarki, falou de atos de hostilidade em Marrocos, referindo-se aos recentes incidentes na fronteira e à rutura de relações de Marrocos com Argel.
O homólogo marroquino, Azzedine Farhane, respondeu acusando a Argélia de perturbar unilateralmente as relações e insistiu que Marrocos quer um diálogo que a Argélia recusa.
A forte troca de acusações teve como pano de fundo as críticas a Israel de alguns outros países não-membros da OSCE.
Um representante da Jordânia disse que apenas uma solução de dois Estados para o conflito israelo-palestiniano traria prosperidade à região.
Por seu lado, o representante israelita elogiou os esforços da OSCE para combater o antissemitismo e disse que uma das principais prioridades dos israelitas era o fim imediato do programa nuclear do Irão.
Na conferência de imprensa final foi também anunciado que a Finlândia irá presidir a OSCE em 2025, no 50.º aniversário da Conferência de Helsínquia e dos acordos sobre segurança na Europa que lançaram as bases para um sistema de cooperação e resolução de conflitos, a base da OSCE.
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