A nova exigência foi expressa pela Organização Iraniana de Energia Atómica (OIEA) um dia depois de Teerão aceitar que a AIEA substitua as câmaras de vigilância danificadas no complexo nuclear situado na cidade de Karaj, a oeste da capital do país.
A recusa iraniana estava a bloquear o avanço das conversações em Viena para salvar o pacto de 2015 sobre o programa nuclear iraniano, que recomeçaram a 29 de novembro e envolvem o Irão, Rússia, Alemanha, Reino Unido, França e China, assim como os Estados Unidos de forma indireta.
Quatro câmaras de vigilância da AIEA, que permitiam monitorizar o programa nuclear do Irão, estão desde junho fora de uso na unidade da Tesa, que fabrica as centrifugadoras, após um ato de "sabotagem" que o Irão atribuiu a Israel. O Estado hebreu nega e acusa Teerão de pretender dotar-se de uma arma nuclear, o que as autoridades iranianas desmentem.
"As câmaras serão instaladas para que gravem vídeos que ficarão armazenados na memória. Os cartões de memória, quando estiverem cheios, serão retirados e colocados sob o controle conjunto do Irão e da Agência. Mas a Agência só terá acesso a essas informações depois de levantadas as sanções", disse o porta-voz da OIEA, Behrouz Kamalvandi, à agência noticiosa oficial Irna.
Em 2018, os Estados Unidos retiraram-se unilateralmente do acordo internacional sobre o programa nuclear do Irão concluído em Viena em 2015 e restabeleceram sanções económicas.
Com o pacto de 2015, Teerão aceitou limitações rígidas ao seu programa nuclear em troca do levantamento de sanções internacionais.
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