UE acredita que EUA e NATO defenderão interesses europeus frente à Rússia

A União Europeia conta com os Estados Unidos e a NATO para que os seus interesses sejam defendidos nas discussões com a Rússia sobre segurança europeia, declarou hoje o alto representante para a Política Externa da UE, Josep Borrell.

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Lusa
22/12/2021 20:36 ‧ 22/12/2021 por Lusa

Mundo

Josep Borrell

"A UE cooperará com os Estados Unidos e a NATO para garantir que os seus interessem estejam representados em qualquer discussão com a Rússia sobre a segurança europeia", salientou o diplomata em comunicado.

A Rússia e os Estados Unidos vão reunir-se no início do próximo ano para discutir as exigências de Moscovo de garantias que impeçam a expansão da NATO para a Europa de Leste, incluindo a Ucrânia, anunciou hoje a diplomacia russa.

O Ocidente acusa Moscovo de ter concentrado cerca de 100.000 soldados na fronteira com a Ucrânia, indiciando uma invasão iminente, depois de ter anexado a península ucraniana da Crimeia, em 2014.

"Hoje, a segurança da Europa está ameaçada", alertou Josep Borrell.

O alto representante da UE assegurou que o bloco, juntamente "com os seus parceiros e aliados", irá responder "com determinação a qualquer nova violação da soberania da Ucrânia", mas apelou ao diálogo e à negociação.

"Qualquer discussão real sobre segurança na Europa deve-se basear nos compromissos e obrigações da OSCE [Organização para a Segurança e Cooperação na Europa] e das Nações Unidas - verdadeiros pilares da arquitetura de segurança da União Europeia - e fortalecê-los, ao contrário de os desgastar", apontou.

"Tal discussão deve ser inclusiva e deve ter em consideração as preocupações e interesses de todos os intervenientes", acrescentou.

Na semana passada, Moscovo apresentou uma proposta exigindo que os países membros da NATO retirassem o convite de adesão à organização por parte da Ucrânia e de outros países da esfera de influência da antiga União Soviética.

Washington e os seus aliados europeus recusaram aceitar a proposta, mas disseram estar disponíveis para negociações.

Hoje, o Kremlin avisou que essas conversas não se devem transformar numa "maratona de negociações".

"Claro que é impossível falar em prazos específicos, mas o importante é que (o processo) não se transforme numa maratona de negociações", disse o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, numa conferência de imprensa.

"De qualquer forma, estamos interessados nessas negociações. Elas estão planeadas para que possamos discutir a nossa posição", adiantou.

A subsecretária de Estado para os Assuntos Europeus e Eurasiáticos dos Estados Unidos, Karen Donfried, referiu na terça-feira que o diálogo deve começar em janeiro, considerando que algumas propostas de Moscovo são "inaceitáveis".

"Não haverá discussão sobre a segurança europeia sem os europeus. Dissemos claramente que faríamos isto com a Aliança dos 30 [NATO]", afirmou.

Os EUA e os aliados europeus têm ameaçado a Rússia com sanções duras e sem precedentes se atacar a Ucrânia.

Moscovo, pelo seu lado, acusa o Ocidente de atitudes ameaçadoras e Kiev de estar a preparar um ataque para retomar territórios separatistas pró-russos no leste da Ucrânia.

Leia Também: Putin e Macron debatem propostas russas sobre segurança estratégica

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