"Até ao final desta semana, tais conversações serão realizadas. Os preparativos estão agora em curso", disse Dmitry Peskov no seu encontro diário com a imprensa, citado pela agência russa TASS.
Sobre a possibilidade de Putin e Macron falarem sobre uma nova cimeira no Formato Normandia, Peskov disse ser necessário aguardar pelas conversações que representantes da Rússia, França, Alemanha e Ucrânia vão realizar na quarta-feira, em Paris.
"Aguardemos os resultados da sua reunião, e eles abordarão as perspetivas de retomar os contactos a vários níveis", disse o porta-voz.
A Presidência francesa tinha anunciado anteriormente que Macron tencionava discutir a tensão provocada pela situação na Ucrânia com Putin e com o Presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, nos próximos dias.
A França exerce atualmente a presidência semestral do Conselho da União Europeia (UE).
A tensão atual deve-se à concentração de um grande número de tropas russas na fronteira com a Ucrânia nos últimos meses.
Os países ocidentais acusam a Rússia de pretender invadir novamente o país vizinho, depois de ter anexado a península ucraniana da Crimeia, em 2014, e de alegadamente patrocinar, desde então, um conflito em Donbass, no leste da Ucrânia.
A Rússia nega quaisquer planos para uma invasão, mas associa uma diminuição da tensão a tratados que garantam que a NATO não se expandirá para países do antigo bloco soviético.
O diálogo no chamado Formato Normandia sobre a guerra em Donbass nasceu em 2014, num encontro à margem das comemorações dos 75 anos do desembarque das tropas aliadas naquela região da costa francesa durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A última cimeira do também chamado Grupo da Normandia realizou-se em 2019, em Paris.
Desde então, os progressos têm sido reduzidos, exceto no que diz respeito à troca de prisioneiros no quadro da guerra em Donbass.
A França e a Alemanha têm dito que querem reanimar o Grupo da Normandia, um propósito reafirmado há uma semana, em Moscovo, pela nova chefe da diplomacia alemã, Annalena Baerbock.
O objetivo, segundo Baerbock, é fazer baixar o clima de tensão na fronteira russo-ucraniana e impulsionar a aplicação dos Acordos de Minsk para a paz no leste ucraniano.
Ao apresentar as prioridades da presidência francesa do Conselho da UE no Parlamento Europeu, em 19 de janeiro, Macron defendeu que a Europa deve adotar em breve uma nova ordem de segurança, em articulação com a NATO, tendo em vista as relações com Moscovo e o desanuviamento das atuais tensões.
"Nas próximas semanas, devemos conseguir levar a cabo uma proposta europeia para construir uma nova ordem de segurança e estabilidade. Devemos construí-la entre os europeus, depois partilhá-la com os nossos aliados no quadro da NATO, e posteriormente propô-la à Rússia para negociação", disse Macron.
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