"Politicamente, não é doloroso, é destrutivo", disse hoje o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, considerando que tais "sanções" não vão ter efeitos.
Na terça-feira, em resposta às questões de uma jornalista sobre a possibilidade de sancionar pessoalmente o presidente russo, Joe Biden respondeu "sim" tendo depois acrescentado "posso admitir" (as sanções contra Putin).
Se a Rússia "invadir todo o país", ou "até menos", haverá "consequências enormes" que podem "mudar o mundo", disse o presidente dos Estados Unidos referindo-se a uma eventual invasão russa da Ucrânia.
Joe Biden não detalhou a natureza das eventuais sanções contra Vladimir Putin.
Por outro lado, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo disse hoje na Duma (câmara baixa do parlamento russo) que a Rússia não vai ficar de "braços cruzados" perante as ações do "Ocidente" que acusou de estar a tentar conseguir benefícios unilaterais e de incitar a Ucrânia a provocar Moscovo.
"Não vamos ficar de braços cruzados", frisou Serguei Lavrov referindo-se às "pressões ocidentais" que pretendem, disse, "maior contenção por parte da Rússia".
O chefe da diplomacia de Moscovo acrescentou que o "Ocidente" está a intensificar a pressão político-militar contra a Rússia.
"Basta ver as manobras cada vez mais provocadoras junto das nossas fronteiras, a atração do regime de Kiev para a órbita da NATO, os abastecimentos de armas e a forma como incitam (a Ucrânia) a levar a cabo provocações diretas contra a Federação da Rússia", disse Lavrov.
O ministro dos Negócios Estrangeiros disse ainda que a Rússia vai adotar "as medidas de resposta necessárias" se não receber do "Ocidente" uma "resposta construtiva" às garantias de segurança que o Kremlin espera esta semana.
Serguei Lavrov insistiu que Moscovo não vai permitir que o debate sobre as propostas apresentadas à NATO e aos Estados Unidos se venham a "eternizar".
"Dependendo do conteúdo dessa resposta, que esperamos esta semana, vamos preparar as propostas para o presidente (Vladimir Putin)", afirmou Lavrov.
As garantias de segurança exigidas pela Rússia incluem o fim do alargamento da Aliança Atlântica, em particular à Ucrânia e à Geórgia, o fim da cooperação militar com as antigas repúblicas soviéticas e o recuo do armamento da NATO às posições que tinham antes de 1997.
Nos últimos meses, a Rússia destacou milhares de soldados para as regiões próximas da fronteira com a Ucrânia e multiplicou os exercícios fazendo aumentar os riscos sobre uma eventual invasão.
Após uma série de contactos diplomáticos na Europa, durante a semana passada, os conselheiros diplomáticos dos presidentes da Rússia, Ucrânia, França, e do chanceler alemão (Formato da Normandia) devem reunir-se hoje para abordar a situação.
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