Kremlin considera "destrutivas" eventuais sanções dos EUA contra Putin

O Kremlin considerou hoje "destrutiva" a hipótese de sanções contra o presidente russo Vladimir Putin admitida na terça-feira pelo chefe de Estado norte-americano, Joe Biden, em caso de invasão da Ucrânia.

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Lusa
26/01/2022 12:11 ‧ 26/01/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia

"Politicamente, não é doloroso, é destrutivo", disse hoje o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, considerando que tais "sanções" não vão ter efeitos.

Na terça-feira, em resposta às questões de uma jornalista sobre a possibilidade de sancionar pessoalmente o presidente russo, Joe Biden respondeu "sim" tendo depois acrescentado "posso admitir" (as sanções contra Putin). 

Se a Rússia "invadir todo o país", ou "até menos", haverá "consequências enormes" que podem "mudar o mundo", disse o presidente dos Estados Unidos referindo-se a uma eventual invasão russa da Ucrânia.

Joe Biden não detalhou a natureza das eventuais sanções contra Vladimir Putin.

Por outro lado, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo disse hoje na Duma (câmara baixa do parlamento russo) que a Rússia não vai ficar de "braços cruzados" perante as ações do "Ocidente" que acusou de estar a tentar conseguir benefícios unilaterais e de incitar a Ucrânia a provocar Moscovo.

"Não vamos ficar de braços cruzados", frisou Serguei Lavrov referindo-se às "pressões ocidentais" que pretendem, disse, "maior contenção por parte da Rússia".

O chefe da diplomacia de Moscovo acrescentou que o "Ocidente" está a intensificar a pressão político-militar contra a Rússia.  

"Basta ver as manobras cada vez mais provocadoras junto das nossas fronteiras, a atração do regime de Kiev para a órbita da NATO, os abastecimentos de armas e a forma como incitam (a Ucrânia) a levar a cabo provocações diretas contra a Federação da Rússia", disse Lavrov.

O ministro dos Negócios Estrangeiros disse ainda que a Rússia vai adotar "as medidas de resposta necessárias" se não receber do "Ocidente" uma "resposta construtiva" às garantias de segurança que o Kremlin espera esta semana.   

Serguei Lavrov insistiu que Moscovo não vai permitir que o debate sobre as propostas apresentadas à NATO e aos Estados Unidos se venham a "eternizar".

"Dependendo do conteúdo dessa resposta, que esperamos esta semana, vamos preparar as propostas para o presidente (Vladimir Putin)", afirmou Lavrov.

As garantias de segurança exigidas pela Rússia incluem o fim do alargamento da Aliança Atlântica, em particular à Ucrânia e à Geórgia, o fim da cooperação militar com as antigas repúblicas soviéticas e o recuo do armamento da NATO às posições que tinham antes de 1997. 

Nos últimos meses, a Rússia destacou milhares de soldados para as regiões próximas da fronteira com a Ucrânia e multiplicou os exercícios fazendo aumentar os riscos sobre uma eventual invasão.

Após uma série de contactos diplomáticos na Europa, durante a semana passada, os conselheiros diplomáticos dos presidentes da Rússia, Ucrânia, França, e do chanceler alemão (Formato da Normandia) devem reunir-se hoje para abordar a situação.

Leia Também: Ucrânia. Rússia ainda sem meios suficientes para ataque de larga escala

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