Tulia Ackson eleita presidente do parlamento da Tanzânia após demissão

O parlamento da Tanzânia elegeu hoje uma nova presidente, Tulia Ackson, três semanas após a demissão do seu antecessor, cujas críticas à chefe de Estado, Samia Suluhu Hassan, tinham revelado discordâncias no interior do partido no poder.

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Lusa
01/02/2022 16:35 ‧ 01/02/2022 por Lusa

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Tulia Ackson, 46 anos, era vice-presidente da assembleia desde 2015.

"Penso que elegemos a pessoa certa que irá conduzir o parlamento na direção certa. Ela conhece os seus limites como presidente e sabe que há uma chefe de Estado, que é Samia Suluhu Hassan", disse o deputado William Lukuvi, que supervisionou as eleições.

Tulia Ackson, que foi eleita contra oito outros candidatos da oposição, assume a liderança do parlamento no meio de divisões dentro do partido do Governo, o Chama Cha Mapinduzi (CCM), que têm ocorrido nos últimos meses.

O seu antecessor, Job Ndugai, demitiu-se no mês passado depois de considerar "excessivo" o empréstimo contraído pelo país no estrangeiro e de acusar o Governo de passar a imagem de uma "taça de mendigo".

Os seus comentários tinham irritado a chefe de Estado, que é também presidente do CCM, e que anteriormente tinha acusado os seus rivais de tentarem minar a sua liderança desde que se tornou a primeira mulher Presidente da Tanzânia, em março de 2021, após a morte súbita de John Magufuli.

Os seus opositores tinham também desencadeado um debate sobre o nível da dívida externa pública e privada, que ascendia a quase 28 mil milhões de dólares (25 mil milhões de euros) em novembro, 70% dos quais eram devidos pelo executivo, de acordo com números divulgados pelo Banco Central da Tanzânia.

A Presidente do país remodelou o Governo no início de janeiro, demitindo os ministros da Justiça, da Habitação e da Indústria e do Investimento.

Desde que tomou o poder, a chefe de Estado tem procurado romper com algumas das políticas do seu antecessor autoritário John Magufuli, mas tem sido rotulada de "ditadora" pela oposição e continuam as preocupações sobre o estado das liberdades políticas e dos 'media' no país.

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