"A retirada do pessoal já começou", disse a fonte diplomática à TASS, citada pela agência espanhola EFE.
A decisão foi anunciada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros russo na segunda-feira, no dia em que o Presidente Vladimir Putin reconheceu a independência dos territórios separatistas de Donetsk e Lugansk, no leste da Ucrânia.
"O Governo russo decidiu, a fim de garantir a sua vida e segurança, retirar o pessoal das suas missões na Ucrânia, o que entrará em vigor o mais rapidamente possível", disse o ministério.
O ministério liderado por Sergei Lavrov argumentou que, desde 2014, a sede das missões diplomáticas da Rússia na Ucrânia tem sofrido "numerosos ataques" sem qualquer reação por parte das autoridades ucranianas.
O anúncio do início da retirada do pessoal diplomático russo da Ucrânia foi feito pouco depois de o Governo de Kiev ter instado os cidadãos ucranianos a abandonarem imediatamente o território da Rússia.
"Em relação à intensificação da agressão russa contra a Ucrânia (...), o Ministério dos Negócios Estrangeiros recomenda aos cidadãos ucranianos que se abstenham de viajar para a Federação Russa e aos que se encontram neste país para abandonar imediatamente o seu território", disse a diplomacia ucraniana numa declaração.
Kiev acredita que, nas atuais circunstâncias de tensões militares com a Rússia, a sua capacidade de prestar assistência consular aos ucranianos na Rússia pode ser limitada.
"Sublinhamos que ignorar estas recomendações irá complicar significativamente a proteção adequada dos cidadãos ucranianos na Federação Russa", acrescentou o Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano.
Na sequência do reconhecimento da independência de Donetsk e Lugansk, Putin anunciou que as forças armadas russas poderão deslocar-se para aqueles territórios no leste da Ucrânia em missão de "manutenção da paz", decisão que já foi autorizada pelo Senado russo.
A Ucrânia determinou a mobilização de militares na reserva para reforçar o exército.
A Ucrânia tem mais de 200.000 reservistas, além de cerca de 250.000 membros das forças armadas regulares.
Face ao agravamento da situação, o Conselho de Segurança da Ucrânia recomendou hoje que seja instaurado o estado de emergência no país.
"O parlamento ucraniano deve ratificar esta decisão nas próximas 48 horas", disse o secretário do Conselho de Segurança e Defesa Nacional, Oleksiï Danilov, após uma reunião desta estrutura.
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