Kiril Petkov exige demissão de ministro por desvalorizar ação russa

O primeiro-ministro búlgaro, Kiril Petkov, exigiu hoje ao seu ministro da Defesa, Stefan Yanev, que apresente um pedido de demissão depois de se ter recusado a descrever a invasão russa na Ucrânia como uma "guerra".

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Lusa
28/02/2022 13:01 ‧ 28/02/2022 por Lusa

Mundo

Bulgária

O Presidente russo, Vladimir Putin, "evita o termo 'guerra' que usamos de forma muito frívola. Dentro de alguns dias, confirmar-se-á que as atividades russas são limitadas a uma operação militar. Não devemos exagerar nesta retórica", disse Yanev na passada quinta-feira, quando começou a invasão russa.

Yanev, que tem uma orientação pró-russa, foi primeiro-ministro de um governo de tecnocratas que liderou a Bulgária entre maio e dezembro.

"O meu ministro da Defesa não pode usar a palavra 'operação' militar em vez de 'guerra' quando há milhares de soldados de ambos os lados dos combates e há mortos, muitos deles mais novos do que a minha filha (22 anos)", indignou-se Petkov numa conferência de imprensa.

Acrescentou que a demissão do seu ministro será votada e aprovada numa sessão extraordinária do Parlamento na terça-feira.

Yanev, um antigo general e próximo do Presidente Rumen Radev, que por sua vez é considerado pró-russo, antecipou a sua iminente destituição numa publicação no Facebook, domingo à noite, dizendo que se trata de um "descrédito pessoal".

"O objetivo de ser demitido é permitir que alguém mais recetivo e obediente em incluir interesses externos na agenda política búlgara tome posse", disse o ministro búlgaro.

"A Bulgária não precisa de demonstrar uma posição pró-russa, pró-americana ou pró-europeia, mas uma posição em defesa dos interesses nacionais", acrescentou na sua mensagem.

A demissão do ministro surge apenas dois meses após a formação do novo governo de Petkov, que ganhou as eleições com um programa pró-europeu e anticorrupção na Bulgária.

A Rússia lançou na última quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram cerca de 200 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de perto de 370 mil deslocados para a Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.

Leia Também: Embaixadora pede apoio de Portugal na adesão à UE e corte com Rússia

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