Ucrânia. Invasão russa causou mais de um milhão de refugiados
A invasão russa da Ucrânia causou mais de um milhão de refugiados, informou hoje o Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
© Getty
Mundo ACNUR
"Em apenas sete dias assistimos ao êxodo de um milhão de refugiados da Ucrânia para os países vizinhos", escreveu, esta manhã, Filippo Grandi na rede social Twitter.
"Para muitos milhões mais, dentro da Ucrânia, é tempo de as armas se calarem, para que possa ser prestada assistência humanitária que salve vidas", acrescentou.
Grandi irá avaliar a situação dos refugiados numa visita à Roménia, Moldova e Polónia, três dos países que estão a acolher os refugiados, para assegurar o apoio dos governos ao ACNUR, adiantou.
Mais de metade dos refugiados já chegou à Polónia e alguns milhares a países terceiros, como a República Checa, onde existe uma grande comunidade ucraniana.
Numa mensagem publicada na rede social, Grandi disse que, desde do início da invasão russa, o número de refugiados "está a crescer exponencialmente, hora a hora" e que nos 40 anos em que tem trabalhado com refugiados nunca viu "um crescimento tão rápido no êxodo de uma população".
"Até que o conflito cesse, os ucranianos continuarão a fugir", salientou, reiterando a estimativa de que esta crise poderá resultar em quatro milhões de refugiados.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades.
As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de 100 mil deslocados e pelo menos 836 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.
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