A Forbes tinha noticiado na quarta-feira que dois dias depois de ter sido sancionado pela União Europeia (UE) o seu iate Dilbar, avaliado em quase 600 milhões de dólares (537 milhões de euros), tinha sido apreendido pelas autoridades alemãs.
"Nenhum iate foi apreendido", disse à AFP Susana Meinecke, porta-voz do departamento responsável pelas questões económicos na cidade do norte da Alemanha.
Uma segunda fonte política, que não quis ser identificada, invalidou essa informação.
O iate de 156 metros pode, no entanto, permanecer imobilizado em Hamburgo devido á proibição de transferir bens para a Rússia sem autorização especial.
"Pode presumir que a partir de agora não sairão mais iates", disse Michael Westhagemann, ministro da Economia da cidade-estado, na terça-feira.
Segundo os media, o Dilbar está atualmente no estaleiro da empresa de construção naval Blohm+Voss em Hamburgo.
Contactada pela AFP, a Blohm+Voss escusou-se a comentar.
"Os ativos dos oligarcas devem ser congelados imediatamente e o governo federal fará o que for necessário com as autoridades competentes", comentou hoje o ministro da Economia, Robert Habeck, durante uma conferência de imprensa.
Entretanto, a França apreendeu um iate e um cargueiro de personalidades russas e imobilizou outros três que também pertencem a pessoas físicas ou jurídicas sujeitas a sanções europeias impostas em retaliação à invasão da Ucrânia.
O iate Amore Vero, da propriedade de Igor Stechine, líder da petrolífera estatal Rosneft, está nos estaleiros de La Ciotat (sudeste) e a sua apreensão por funcionários da alfândega francesa deveu-se à suspeita de que pretendia fazer-se ao mar e deixar águas jurisdicionais francesas, explicou hoje o ministério das Finanças.
Na semana passada, a marinha francesa procedeu à interceção no Canal da Mancha do navio mercante Baltic Leader, que tinha saído de Rouen e foi conduzido a outro porto francês, Boulogne sur Mer, onde ocorreu a apreensão.
Além disso, há outros três cargueiros que estão imobilizados nos portos de Fos sur Mer, Saint Malo e Lorient, por ser propriedade de pessoas ou sociedades da lista de sanções da União Europeia.
Fontes do ministério das Finanças recordam que as sanções adotadas pela UE preveem o congelamento de todos os bens e ativos financeiros de 510 personalidades ou entidades próximas do regime de Vladimir Putin.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades. As autoridades de Kiev contabilizaram, até ao momento, mais de 2.000 civis mortos, incluindo crianças, e, segundo a ONU, os ataques já provocaram mais de um milhão de refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia, entre outros países.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.
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