Em comunicado, os clérigos explicaram que tomaram a decisão, por unanimidade, por considerarem que já não é sustentável manterem-se ligados ao Patriarcado de Moscovo e, ao mesmo tempo, "oferecerem um ambiente espiritualmente seguro aos fiéis".
A decisão abrange quatro padres e um diácono da paróquia ortodoxa de São Nicolau de Mira, em Amesterdão, que querem, agora, juntar-se ao Patriarcado Ecuménico de Constantinopla (Turquia).
Esta paróquia já tinha anunciado anteriormente que, nas celebrações religiosas, deixaria de fazer referência ao patriarca ortodoxo russo Cirilo, por declarações proferidas sobre a Ucrânia.
A 27 de fevereiro, Cirilo I, patriarca ortodoxo russo desde 2009, classificou os opositores a Moscovo na Ucrânia como "forças do mal" que querem quebrar a unidade histórica entre os dois países.
Em 2019, a Ucrânia dotou-se de uma igreja ortodoxa independente do patriarcado de Moscovo, uma decisão histórica que pôs fim a 300 anos de tutela religiosa e provocou a cólera da Rússia e de Cirilo.
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 564 mortos e mais de 982 feridos entre a população civil e provocou a fuga de cerca de 4,5 milhões de pessoas, entre as quais 2,5 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.
Leia Também: AO MINUTO: Alemanha 'diz não' ao petróleo russo; 1.500 vítimas civis