Chama-se Juan Arredondo e é o fotógrafo americano - de origem colombiana - que acompanhava o repórter norte-americano Brent Renaud quando este foi morto a tiro em Irpin, perto de Kyiv.
Ferido, na Clínica Okhmatdyt em Kyiv, Juan relata como tudo aconteceu. Ele e Brent estavam a filmar a fuga dos moradores daquela cidade quando começaram a ser baleados pelas forças russas num posto de controlo.
Renaud foi baleado no pescoço e morreu instantaneamente, enquanto Juan foi transferido para o hospital. Num vídeo partilhado nas redes sociais é possível ouvir a versão de Juan Arredondo. "Estávamos a filmar os refugiados em fuga, íamos conduzir um carro que alguém nos ofereceu para nos levar para a outra ponte. Atravessámos o posto de controlo e eles começaram a atirar sobre nós", conta.
"O meu amigo Brent Reanud foi baleado no pescoço e deixado para trás e separámo-nos", acrescentou ainda o fotógrafo num vídeo de um minuto.
O vídeo foi publicado no Twitter pela jornalista Annalisa Camilli do jornal Internazionale, uma das primeiras a dar conta da morte de Brent Renaud. Na altura, Juan ainda não sabia que o colega e amigo havia sucumbido aos ferimentos.
Juan Arredondo foi vencedor do prémio World Press Foto.
O Comité para a Proteção dos Jornalistas afirmou hoje que o ataque sobre ambos viola a lei internacional, defendendo que "estes ataques são inaceitáveis", através de um comunicado noticiado pela EFE.
A mesma agência de notícia refere ainda que, através das redes sociais, a Organização dos Repórteres Sem Fronteiras também tomou hoje uma posição, pedindo uma investigação para esclarecer as causas e as circunstâncias do ataque sobre os dois jornalistas.
O governo dos Estados Unidos prometeu aplicar "consequências apropriadas" e está em contacto com as autoridades ucranianas para obter mais informações sobre o incidente.
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