Ministros da defesa polaco e checo fora da reunião do grupo de Visegrado

Os ministros da Defesa polaco e checo anunciaram que não vão participar de uma reunião do Grupo de Visegrado agendada para quarta-feira, em Budapeste, devido aos laços da Hungria com o Kremlin.

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Lusa
29/03/2022 12:23 ‧ 29/03/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia

A ministra checa, Jana Cernochova, disse na semana passada que não iria estar na reunião, apontando, além da posição da Hungria face as sanções à Rússia pela invasão da Ucrânia, as eleições na Hungria, dentro de dias.

"Sempre apoiei o V4 (sigla do grupo, composto por República Checa, Polónia, Hungria e Eslováquia) e lamento muito que os políticos húngaros considerem agora que o petróleo russo barato é mais importante do que o sangue ucraniano", disse a ministra.

Além disso, vão decorrer "eleições na próxima semana e não considero justo eu participar na campanha", argumentou.

As eleições gerais na Hungria realizam-se no dia 03 de abril.

O ministro polaco, Mariusz Blaszczak, anunciou também que "não irá" a Budapeste, sem especificar razões, numa resposta do seu gabinete de imprensa à agência francesa AFP.

Comentando a decisão de Blaszczak de anular a presença na reunião, o líder do grupo parlamentar do partido da oposição polaco Nova Esquerda, Krzysztof Gawkowski, congratulou-se.

"É muito bom que ele não vá. Os húngaros devem ser punidos pela sua posição que é pró-russa", afirmou.

Na Hungria, 85% das habitações utilizam o gás russo como aquecimento e 64% das importações de petróleo são provenientes da Rússia, recordou esta semana o Governo húngaro, um dos países da União Europeia que se opõe ao corte do fornecimento de gás russo no âmbito das sanções contra a Rússia.

Vários países comunitários apoiam sancionar as exportações russas de petróleo como nova medida de pressão à Rússia pela invasão da Ucrânia, ainda que sem menções ao gás, já que muitos, entre eles a Alemanha, são fortemente dependentes das importações desta fonte de energia.

O governo húngaro também se recusa a permitir a passagem pelo seu território de armas para a Ucrânia, sustentando que não pretende envolver-se na guerra.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou a morte de pelo menos 1.035 civis, incluindo 90 crianças, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,70 milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: Ministro da Defesa russo diz que defesa ucraniana está "seriamente" fraca

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