"Vemos que os equipamentos [militares] estão a chegar de diferentes direções, que os russos estão a trazer homens, combustível (...). Consideramos que estão a preparar um ataque m grande escala", explicou o governante, através de uma mensagem de vídeo.
Segundo Sergei Gaïdaï, os bombardeamentos das forças russas estão a ficar "cada vez mais fortes".
"Ontem [domingo] à noite, houve uma tentativa de invadir Rubizhne [perto de Lugansk], mas os nossos defensores repeliram [o ataque], neutralizaram vários tanques e havia dezenas de corpos de soldados russos", referiu.
"Infelizmente ontem [domingo], na explosão de uma mina ou de um projétil de artilharia, morreram dois voluntários e uma igreja foi bombardeada, causando ferimentos em dois padres", acrescentou.
Na mensagem de vídeo o governador de Lugansk exortou os habitantes daquela região a saírem o mais rápido possível.
"Por favor, não hesitem. Hoje [segunda-feira], mil pessoas foram evacuadas. Por favor, não esperem que as suas casas sejam bombardeadas", sublinhou.
Também o presidente da Câmara de Borova, cidade entre Lugansk e Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, também apelou aos cidadãos para saírem da região.
"Somos forçados a decidir a evacuação da população (...) para a segurança dos cidadãos. Aqueles que podem sair pelos seus próprios meios são incentivados a fazê-lo", realçou Alexander Tertychnyï, através de um comunicado divulgado na rede social Facebook.
As autoridades ucranianas referiram no sábado que as forças russas estavam a retirar-se das regiões do norte da Ucrânia, em particular ao redor de Kiev, para se deslocarem para o leste e sul do país.
"O inimigo está a reagrupar as suas forças com a intenção de continuar a ofensiva (...) na região de Mariupol [cidade portuária estratégica no sudeste] e Kharkiv", alertou esta segunda-feira Oleksiï Arestovitch, conselheiro da Presidência ucraniana.
Moscovo indicou na semana passada que passaria a concentrar a sua ofensiva na região do Donbass, onde se localiza Lugansk e que em grande parte já está controlada pelos militares russos e aliados separatistas.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.430 civis, incluindo 121 crianças, e feriu 2.097, entre os quais 178 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de dez milhões de pessoas, das quais 4,1 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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