Rússia prepara "ataque em grande escala" no leste, diz autarca de Lugansk

As forças russas estão a preparar um "ataque em grande escala" contras as tropas ucranianas em Lugansk, no leste da Ucrânia, alertou esta segunda-feira o governador daquela região, Sergei Gaïdaï.

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Lusa
05/04/2022 06:37 ‧ 05/04/2022 por Lusa

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Ucrânia

 

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"Vemos que os equipamentos [militares] estão a chegar de diferentes direções, que os russos estão a trazer homens, combustível (...). Consideramos que estão a preparar um ataque m grande escala", explicou o governante, através de uma mensagem de vídeo.

Segundo Sergei Gaïdaï, os bombardeamentos das forças russas estão a ficar "cada vez mais fortes".

"Ontem [domingo] à noite, houve uma tentativa de invadir Rubizhne [perto de Lugansk], mas os nossos defensores repeliram [o ataque], neutralizaram vários tanques e havia dezenas de corpos de soldados russos", referiu.

"Infelizmente ontem [domingo], na explosão de uma mina ou de um projétil de artilharia, morreram dois voluntários e uma igreja foi bombardeada, causando ferimentos em dois padres", acrescentou.

Na mensagem de vídeo o governador de Lugansk exortou os habitantes daquela região a saírem o mais rápido possível.

"Por favor, não hesitem. Hoje [segunda-feira], mil pessoas foram evacuadas. Por favor, não esperem que as suas casas sejam bombardeadas", sublinhou.

Também o presidente da Câmara de Borova, cidade entre Lugansk e Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, também apelou aos cidadãos para saírem da região.

"Somos forçados a decidir a evacuação da população (...) para a segurança dos cidadãos. Aqueles que podem sair pelos seus próprios meios são incentivados a fazê-lo", realçou Alexander Tertychnyï, através de um comunicado divulgado na rede social Facebook.

As autoridades ucranianas referiram no sábado que as forças russas estavam a retirar-se das regiões do norte da Ucrânia, em particular ao redor de Kiev, para se deslocarem para o leste e sul do país.

"O inimigo está a reagrupar as suas forças com a intenção de continuar a ofensiva (...) na região de Mariupol [cidade portuária estratégica no sudeste] e Kharkiv", alertou esta segunda-feira Oleksiï Arestovitch, conselheiro da Presidência ucraniana.

Moscovo indicou na semana passada que passaria a concentrar a sua ofensiva na região do Donbass, onde se localiza Lugansk e que em grande parte já está controlada pelos militares russos e aliados separatistas.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.430 civis, incluindo 121 crianças, e feriu 2.097, entre os quais 178 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de dez milhões de pessoas, das quais 4,1 milhões para os países vizinhos.

Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: "Horrores em Bucha são apenas a ponta do icebergue", diz MNE ucraniano

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