A reunião das sete maiores economias do mundo (G7) realizou-se em Bruxelas, aproveitando a presença de todos os países-membros num encontro de ministros de Negócios Estrangeiros da NATO, e contou também com a presença dos chefes da diplomacia da Ucrânia, Dmytro Kuleba, e da União Europeia (UE), Josep Borrell, bem como do secretário-geral da Aliança, Jens Stoltenberg.
"O G7 sublinhou o seu apoio inabalável à Ucrânia. Agora é importante ter mais sanções, mais entregas de armas, mais assistência financeira e ajuda humanitária", escreveu na sua conta de Twitter a presidência do G7, atualmente ocupada pela Alemanha.
A ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Annalena Baerbock, aproveitou para convocar uma nova reunião informal da NATO, em maio, em Berlim, para continuar a coordenar os esforços de apoio à Ucrânia.
Kuleba - que também teve uma reunião bilateral com Stoltenberg e esteve presente na reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO e da Ásia-Pacífico -- deslocou-se a Bruxelas para discutir "sobre três coisas muito importantes: armas, armas e armas".
No comunicado final da reunião do G7, os chefes de diplomacia dos países-membros (Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos), bem como o Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros, condenaram "veementemente as atrocidades cometidas pelas forças armadas russas em Bucha e em várias outras cidades ucranianas".
Os chefes de diplomacia do G7 mostraram-se empenhados em "responsabilizar e processar judicialmente" os responsáveis pelos alegados massacres de civis na Ucrânia, prometendo "apoio logístico" e financiamento às equipas de investigação dos presumíveis crimes de guerra cometidos por Moscovo.
O G7 avisou ainda a Rússia de que deve abster-se do uso de "qualquer ameaça ou uso de armas químicas, biológicas ou nucleares", lembrando Moscovo das suas obrigações ao abrigo de tratados internacionais.
Os países do G7 pediram ainda a suspensão da Rússia no Conselho de Direitos Humanos da ONU, uma proposta que vai ser votada ainda hoje na Assembleia-Geral das Nações Unidas.
"Estamos convencidos de que chegou a hora de suspender a participação da Rússia no Conselho dos Direitos Humanos", escreveram os países do G7, no comunicado.
"Respondemos à desumanidade de Bucha e Mariupol com uma humanidade conjunta", disse a chefe da diplomacia alemã, para justificar a decisão hoje assumida, acrescentando que é urgente apurar o que aconteceu naquelas cidades ucranianas durante a passagem do exército russo.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.563 civis, incluindo 130 crianças, e feriu 2.213, entre os quais 188 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,2 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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