Em coordenação com os seus aliados europeus, o Presidente norte-americano, Joe Biden, anunciou a medida em março, para "isolar ainda mais Rússia do panorama mundial", mas esta nova sanção teve de ser validada pelos eleitos da Câmara dos Representantes e do Senado. A medida contou com um forte apoio interpartidário em ambas câmaras.
Ao privar a Rússia da sua "cláusula da nação mais favorecida", um princípio de reciprocidade básica no livre comércio, o Ocidente a apagaria do jogo global e teria o direito de tributar de fora pesada as importações de produtos russos.
No que diz respeito aos Estados Unidos, apenas dois outros países estão atualmente excluídos desse princípio de reciprocidade, que é a base da maioria das relações comerciais internacionais: Cuba e Coreia do Norte.
Em 2021, os Estados Unidos importaram cerca de 30 mil milhões de dólares (cerca de 28 mil milhões de euros) em produtos russos -- incluindo 17,5 mil milhões de dólares (cerca de 16 mil milhões de euros) em petróleo bruto, uma 'commodity' à qual Washington acabou de impor um embargo total.
O projeto-lei do Congresso também exige que os Estados Unidos peçam a suspensão da Rússia da Organização Mundial do Comércio.
O Congresso norte-americano também votou hoje a proibição da importação de energia russa, seguindo os passos de presidente norte-americano que anunciou um embargo a esses materiais no início de março por decreto.
Tudo isto se soma a várias medidas ocidentais adotadas nas últimas semanas, destinadas a cortar gradualmente os laços económicos e financeiros com a Rússia.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.611 civis, incluindo 131 crianças, e feriu 2.227, entre os quais 191 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,3 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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