Putin deixa Áustria continuar a pagar gás russo em euros

Moscovo tinha feito um ultimato aos países para que começassem a pagar em rublos, com prejuízo de ficarem sem fornecimento de gás.

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Sara Gouveia
14/04/2022 10:34 ‧ 14/04/2022 por Sara Gouveia

Mundo

Ucrânia/Rússia

O chanceler austríaco, Karl Nehammer, revelou, esta quinta-feira, que o presidente russo, Vladimir Putin, vai permitir que o país continue a pagar o gás russo em euros, refere a Reuters. Recorde-se que, recentemente, Moscovo tinha feito um ultimato aos países para que começassem a pagar em rublos, com prejuízo de ficarem sem fornecimento de gás.

Nehammer e Putin reuniram-se ontem em Moscovo, naquela que foi a primeira reunião entre chefe de Estado russo e um líder europeu desde que a guerra começou.

O chanceler já tinha referido ter mantido conversas "muito diretas, abertas e duras" com Putin sobre a invasão da Ucrânia. Mas não mencionou publicamente qualquer discussão sobre a segurança do fornecimento de gás da Áustria.

Apesar da política de pagamento da matéria-prima em rublos, que foi uma resposta às sanções europeias instituídas, vários foram os países que se recusaram a usar a moeda russa e a alegar que os contratos que fizeram com os fornecedores permitem pagamentos em moeda local.

A Áustria obtém 80% do seu gás natural da Rússia e opõe-se a um embargo imediato de gás da União Europeia a Moscou, argumentando que não é possível mudar repentinamente para fornecedores alternativos. Até agora, a Hungria foi o primeiro país a quebrar as fileiras da unidade europeia sobre esta questão, com todos os restantes países a recusarem qualquer pagamento em rublos a Moscovo, que desta forma procura apoiar a sua moeda.

A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.563 civis, incluindo 130 crianças, e feriu 2.213, entre os quais 188 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior. A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: Chanceler austríaco encontra-se com Putin: "Não é uma reunião amigável"

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