República Checa rejeita aviso russo sobre tecnologia militar

A Rússia enviou uma carta à República Checa a avisar que o país não pode transferir tecnologia militar de fabrico soviético para países terceiros sem a permissão de Moscovo, algo que Praga rejeitou e considerou como uma "loucura".

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Lusa
16/04/2022 18:37 ‧ 16/04/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

A informação foi revelada hoje pelo ministro dos Negócios Estrangeiros checo, Jan Lipavsky, que interpretou a missiva diplomática do Kremlin como uma tentativa de impedir a República Checa de ajudar a Ucrânia.

"O Ministério dos Negócios Estrangeiros não reagiu a esta nota e não o fará, porque é um disparate, já que não há qualquer artigo [legal] sobre a reexportação deste material", disse o chefe da diplomacia checa, citado pela Rádio Praga.

"A Rússia usa mentiras para exigir o fim de nosso apoio à Ucrânia", enfatizou.

O ministro lembrou que Moscovo recorre a ameaças, extorsão e desinformação nas suas tentativas de impedir que países ocidentais ajudem a Ucrânia a defender-se da agressão russa.

"Neste caso [...] é apenas mais uma tentativa ridícula e descarada", concluiu.

A República Checa enviou dezenas de tanques T-72 e veículos blindados de combate BVP por comboio para a Ucrânia, informou o jornal digital Echo24 no dia 05.

"As entregas de veículos checos BVP e tanques T-72 foram registadas. Estou confiante de que essas remessas podem continuar", confirmou o político democrata-cristão da coligação governamental Ondrej Benesik ao jornal checo, na altura.

Embora não haja confirmação oficial do Ministério da Defesa checo sobre a entrega de armas à Ucrânia, é relatado na imprensa que o país doou tanques e veículos de combate de infantaria para Kiev, alguns dos quais estão a caminho.

A carta diplomática enviada pela Rússia a Praga junta-se a outras enviadas anteriormente pelo executivo russo a vários países ocidentais, alertando para as "consequências imprevisíveis" de continuarem a entregar armas à Ucrânia.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados das Nações Unidas, que alertam para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de cinco milhões das quais para os países vizinhos.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: Homem mais rico da Ucrânia promete reconstruir Mariupol

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