A informação foi revelada hoje pelo ministro dos Negócios Estrangeiros checo, Jan Lipavsky, que interpretou a missiva diplomática do Kremlin como uma tentativa de impedir a República Checa de ajudar a Ucrânia.
"O Ministério dos Negócios Estrangeiros não reagiu a esta nota e não o fará, porque é um disparate, já que não há qualquer artigo [legal] sobre a reexportação deste material", disse o chefe da diplomacia checa, citado pela Rádio Praga.
"A Rússia usa mentiras para exigir o fim de nosso apoio à Ucrânia", enfatizou.
O ministro lembrou que Moscovo recorre a ameaças, extorsão e desinformação nas suas tentativas de impedir que países ocidentais ajudem a Ucrânia a defender-se da agressão russa.
"Neste caso [...] é apenas mais uma tentativa ridícula e descarada", concluiu.
A República Checa enviou dezenas de tanques T-72 e veículos blindados de combate BVP por comboio para a Ucrânia, informou o jornal digital Echo24 no dia 05.
"As entregas de veículos checos BVP e tanques T-72 foram registadas. Estou confiante de que essas remessas podem continuar", confirmou o político democrata-cristão da coligação governamental Ondrej Benesik ao jornal checo, na altura.
Embora não haja confirmação oficial do Ministério da Defesa checo sobre a entrega de armas à Ucrânia, é relatado na imprensa que o país doou tanques e veículos de combate de infantaria para Kiev, alguns dos quais estão a caminho.
A carta diplomática enviada pela Rússia a Praga junta-se a outras enviadas anteriormente pelo executivo russo a vários países ocidentais, alertando para as "consequências imprevisíveis" de continuarem a entregar armas à Ucrânia.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados das Nações Unidas, que alertam para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de cinco milhões das quais para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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