Há uma semana que a África do Sul sofre tempestades violentas que causaram grandes cheias e deslizamentos de terras, saldando-se em 63 desaparecidos, além de um número crescente de mortos.
A maior parte das vítimas provém da região em torno de Durban, cidade portuária sobre o Oceano Índico, com 3,5 milhões de habitantes, na província de KzaZulu-Natal (KZN).
Num comunicado oficial citado pela agência France-Presse, lê-se: "O exército sul-africano recebeu ordens para mobilizar 10.000 soldados no quadro da operação Chariot".
O apoio dos soldados ao "esforço de gestão da catástrofe" incluirá a busca e salvamento, a limpeza de destroços, o transporte de equipamentos, o socorro humanitário e a montagem de tendas para os que perderam o seu teto.
Proceder-se-á, igualmente, à distribuição de água potável e à instalação sistemas de purificação, ao mesmo tempo que canalizadores e eletricistas militares irão intervir em zonas onde o abastecimento de água e eletricidade foi interrompido há uma semana.
A agência francesa destaca que o exército irá reforçar o apoio aéreo com helicópteros à polícia e socorristas em situações de urgência, o que já vinha fazendo há uns dias.
Abriu-se também a possibilidade de apoio médico, enviando ambulâncias e profissionais de saúde, visto que vários hospitais sofreram danos.
Mais de 550 escolas foram afetadas, quase 4.000 casas arrasadas e mais de 13.500 danificadas, enquanto a destruição de várias estradas e pontes tem impossibilitado o acesso a algumas zonas afetadas.
Cerca de 340 membros dos serviços sociais foram destacados para prestar apoio psicológico nas áreas afetadas, onde vales alimentares, uniformes escolares e cobertores ainda estão a ser distribuídos.
As autoridades estimam centenas de milhões de euros de prejuízos, numa região que já tinha sido destruída em julho, durante uma onda de tumultos e pilhagens.
Estão a ser recolhidas doações de todo o país, incluindo dos postos de bombeiros, e o Governo já anunciou 63 milhões de euros (mil milhões de rands) de ajuda do fundo de emergência.
O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, anunciou que adiou a viagem que tinha prevista à Arábia Saudita a partir de terça-feira para acompanhar de perto a situação.
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