Lavrov: Ataque à Ucrânia deve-se ao desejo do Ocidente de dominar o mundo
Russo acusa Ocidente de criar “trampolim contra os interesses russos” ao dizer que a Ucrânia se podia juntar à NATO.
© Reuters
Mundo Rússia/Ucrânia
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergey Lavrov, disse que a “operação militar especial” na Ucrânia ocorreu devido ao desejo do Ocidente de dominar o mundo, noticia a agência TASS, que cita uma entrevista ao India Today divulgada esta terça-feira.
"A verdadeira razão é a complacência da maioria dos países após o fim da II Guerra Mundial, quando os colegas ocidentais, liderados pelos Estados Unidos, se declararam vencedores e, violando as promessas feitas à liderança soviética e russa, começaram a mover a NATO para o leste. Diziam 'não se preocupem, é uma aliança defensiva, não é uma ameaça à segurança russa'. Mas era uma aliança defensiva quando havia a NATO e o Tratado de Varsóvia. E havia o Muro de Berlim. Então ficou muito claro qual era a linha de defesa para essa aliança defensiva", disse Lavrov.
O governante russo afirmou ainda que o Ocidente criou um “trampolim contra os interesses russos” ao dizer que a Ucrânia se podia juntar à NATO.
"Quando o oponente desapareceu - tanto o Tratado de Varsóvia quanto a União Soviética - eles decidiram que iriam mover a linha de defesa para o leste, e fizeram isso cinco vezes sem explicar contra quem se iam defender, no processo de construção de capacidade de assalto e escolha de ex-repúblicas soviéticas, especialmente a Ucrânia, como trampolim contra os interesses russos", acrescentou Lavrov.
Sublinhe-se que, na mesma entrevista, Lavrov anunciou uma “nova etapa” na operação de invasão à Ucrânia.
"A operação no leste da Ucrânia visa - como foi anunciado anteriormente - a libertação completa das repúblicas de Donetsk e Lugansk. Esta operação vai continuar. A próxima fase desta operação especial começa agora. E, parece-me, vai ser um momento importante durante esta operação especial", afirmou.
Recorde-se que a invasão russa à Ucrânia teve início a 24 de fevereiro e, desde então, já causou a morte de quase dois mil civis, segundo a ONU, que tem alertado para a probabilidade de o número real ser muito maior. Além disso, a guerra já causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas.
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