"Deixo aqui um vibrante apelo à população para uma conduta de adesão à campanha nacional de vacinação. Apelo a todos as mães para vacinarem as suas crianças", disse o vice-primeiro-ministro guineense, Soares Sambu, no lançamento da campanha.
O vice-primeiro-ministro guineense falava em representação do Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, que viajou para a África do Sul, onde inicia quinta-feira, uma visita de Estado, acompanhado pelo ministro da Saúde, Dionísio Cumba, que também não esteve presente na cerimónia.
A campanha de vacinação contra a poliomielite prevê igualmente a suplementação em vitamina A e a desparasitação com Mebendazol, para fazer face aos casos de sarampo, que tem assolado muitas regiões do país.
"A pandemia de covid-19 piorou a fragilidade do sistema nacional de saúde, em todas as suas vertentes, e, por conseguinte, o sistema nacional de vigilância e de vacinação não escaparam à regra", afirmou o representante da Organização Mundial da Saúde (OMS), em Bissau, Jean Marie Kipela.
Segundo o representante da OMS, as atividades de vacinação e as de vigilância não têm sido implementadas com regularidade também devido à prolongada greve no setor da saúde.
"Consequentemente, a imunidade das crianças foi enfraquecida não só em pólio vírus, mas também em sarampo e outras doenças evitáveis pela vacinação", sublinhou.
A representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Etona Ekole, salientou que para a campanha a agência da ONU ajudou o país na aquisição de 907.500 doses de vacina, assim como a assegurar a cadeia de frio através da aquisição de cinco frigoríficos para fazer face às carências existentes nas regiões.
"A Unicef mobilizou líderes religiosos e tradicionais, jovens, associações de mulheres, estudantes, professores, pais e prestadores de cuidados, meios de comunicação e inúmeros influenciadores locais, promovendo o seu compromisso ativo na realização da campanha", disse.
Para a operacionalização da campanha foram criadas 677 equipas de vacinação, num total de 3.385 pessoas, que vão realizar a vacinação porta a porta nas comunidades, tabancas (aldeias) e bairros.
O lançamento da campanha ocorre quando a OMS celebra a Semana Africana de Vacinação, que pretende mostrar a importância das vacinas para salvar vidas.
"Em África dezenas de milhões de pessoas ainda não receberam parte ou todas as doses previstas contra doenças que há muito foram erradicadas graças às vacinas", disse o representante da OMS em Bissau.
Leia Também: Guiné-Bissau acolhe pela 1.ª vez congresso de médicos de países lusófonos