Putin pediu desculpas a Israel por comentários de Lavrov sobre Hitler
Ministro russo comparou Adolf Hitler a Zelensky, dizendo que o ditador tinha “sangue judeu”, tal como o presidente ucraniano.
© Reuters
Mundo Rússia/Ucrânia
O presidente russo, Vladimir Putin, pediu “desculpa” a Israel pelos comentários do ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, que disse que Adolf Hitler tinha origens judaicas, anunciou o gabinete do primeiro-ministro israelita, Naftali Bennett, esta quinta-feira.
“O primeiro-ministro [israelita] aceitou o pedido de desculpas de Putin sobre as declarações de Lavrov e agradeceu-lhe por clarificar a sua atitude ao povo judeu e à memória do Holocausto”, lê-se, numa publicação divulgada no Twitter.
The two discussed Russian Foreign Minister Lavrov's remarks. The Prime Minister accepted President Putin's apology for Lavrov's remarks and thanked him for clarifying his attitude towards the Jewish people and the memory of the Holocaust.
— Prime Minister of Israel (@IsraeliPM) May 5, 2022
Sublinhe-se que o Kremlin já tinha anunciado que Putin tinha mantido uma conversa telefónica com Naftali Bennett, esta quinta-feira, mas não fez qualquer comentário sobre este assunto.
Recorde-se que as declarações de Lavrov, ao canal Rete 4, surgiram depois de o jornalista questionar a razão que levava a Rússia a dizer que tinha que "desnazificar" a Ucrânia, se o presidente do país era judeu.
"Quando eles [ucranianos] dizem 'que desnazificação é esta se nós somos judeus', penso que Hitler também tinha ascendência judaica, por isso, isso não significa nada", disse Lavrov. "Durante muito tempo, ouvimos as pessoas sábias judias dizer que os maiores antissemitas são os próprios judeus", afirmou.
As declarações do governante russo geraram uma onda de críticas e Israel exigiu mesmo um pedido de desculpas de Moscovo.
“É uma declaração imperdoável e escandalosa, e também um terrível erro histórico, e esperamos um pedido de desculpas. O meu avô não foi morto por judeus. O meu avô foi morto pelos nazis”, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Yair Lapid.
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