Papa vai ao Canadá em julho a convite de comunidades indígenas

O Papa vai ao Canadá entre 24 e 30 de julho, a convite das comunidades indígenas, que sofreram abusos da Igreja Católica durante os processos de integração forçada nos séculos XIX e XX, anunciou hoje o Vaticano.

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© Grzegorz Galazka/Archivio Grzegorz Galazka/Mondadori Portfolio via Getty Images

Lusa
13/05/2022 14:10 ‧ 13/05/2022 por Lusa

Mundo

Papa Francisco

Francisco, que pretende visitar as cidades de Edmonton, Québec e Iqaluit, já tinha avançado, no início de abril, que queria visitar o Canadá, depois de receber as autoridades indígenas na Santa Sé e pedir perdão pelo "comportamento reprovável dos homens da Igreja" em relação a essas comunidades.

Os indígenas das comunidades Inuit, Métis e Primeiras Nações foram ao Vaticano com a intenção de receber um pedido de perdão do Papa e convidá-lo a fazer o mesmo nos seus territórios.

Por isso, o Papa estará em Iqaluit, que fica no extremo norte do Canadá e é considerado território do povo indígena Inuit.

No ano passado, foram descobertos os restos mortais de 215 crianças, estudantes da Kamloops Indian Residential School, na província de British Columbia, o que levou os povos originários do Canadá a reviver a tragédia e a criar uma petição para pedir justiça.

Entre o final do século XIX e 1997, os governos canadianos confiaram a instituições católicas, anglicanas e protestantes a educação de crianças indígenas, muitas das quais foram retiradas dos seus territórios sem o consentimento dos seus pais e proibidas de usar os seus nomes, língua e tradições nos internatos onde eram colocadas.

Estima-se que entre 1890 e 1997 cerca de 150.000 crianças indígenas tenham sido internadas à força em centenas de residências escolares e que cerca de 4.000 menores tenham morrido devido às condições insalubres em que viviam.

Além desta viagem, o Papa mantém na sua agenda uma visita à República Democrática do Congo (RDCongo), marcada para o período entre 2 e 5 de julho, e ao Sudão do Sul, entre 5 e 7 do mesmo mês.

No entanto, e apesar de não ter sido anunciado oficialmente, Francisco teve de adiar a visita ao Líbano, agendada para meados de junho, devido a uma dor no joelho que o impede de andar.

Leia Também: Problemas de saúde "não vão parar" o Papa Francisco, diz cardeal

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