Rússia e EUA estão num ponto de confronto "muito quente"

A Rússia e os Estados Unidos estão atualmente num "ponto de confronto muito, muito quente", disse hoje o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

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Lusa
16/06/2022 10:55 ‧ 16/06/2022 por Lusa

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"Estamos hoje num ponto de confronto muito, muito quente", afirmou o representante da Presidência russa à agência RIA Nóvosti.

De acordo com Peskov, apesar das esperanças que surgiram sobre uma possível melhoria nas relações após o encontro de há um ano entre os líderes dos dois países em Genebra, na Suíça, "Washington recusou-se a discutir a questão da segurança da Rússia e a não expansão da NATO" para as fronteiras russas.

Comentando a possibilidade de um novo encontro entre Vladimir Putin e Joe Biden, Peskov disse que "dificilmente seria possível agora ou num futuro próximo".

A única maneira de normalizar as relações é os EUA renunciarem às suas ambições de hegemonia e entenderem que "a Rússia não quer, não é e não pretende ser o vassalo de ninguém em nenhum sentido", sublinhou.

Na quarta-feira, Peskov admitiu que a Rússia e o Ocidente terão de interagir no futuro, mas desde que os interesses e preocupações das partes sejam respeitados.

"A comunicação é necessária. No futuro, teremos de conversar, seja como for. Os Estados Unidos não vão a lugar nenhum, nem a Europa. Teremos de interagir de alguma forma", disse o porta-voz do Kremlin na sua conferência de imprensa diária.

Peskov argumentou que esta interação deverá basear-se unicamente nos princípios do respeito mútuo, da segurança indivisível e dos interesses das partes, admitindo que isso não acontecerá nos próximos tempos.

"É possível regressar agora ao espírito de Genebra, quando ainda havia esperança? Dificilmente podemos ter esperança, quando percebemos o que está a acontecer agora", disse Peskov, questionado sobre o aniversário da primeira reunião entre os líderes da Rússia e dos EUA, em Genebra, que se assinala na quinta-feira.

O porta-voz do Kremlin defendeu ainda que, nas condições atuais, "pode haver nova esperança", mas apenas baseada numa forma de interação totalmente diferente daquela que foi tentada há um ano.

Leia Também: AO MINUTO: Macron, Scholz e Draghi em Kyiv; China no "lado errado"?

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